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BLOGUIDALLI

O volume de bons textos que chega ao meu conhecimento é infinitamente superior ao espaço que posso dar a ele. Por isso, decidi criar mais uma página para abrigar os melhores articulistas do jornalismo brasileiro na Web. São todos bem-vindos.

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sábado

AVISO IMPORTANTE

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Sandro Guidalli e João Pedro Jacques, editores

Sem perdão

Graça Salgueiro, do Notalatina - Essa foi uma semana marcada por crimes hediondos, a maioria dos quais sequer foram tornados públicos pelos noticiários dos jornais e televisão. Na madrugada de domingo para segunda-feira, as FARC “justiçaram” 16 membros do grupo rival Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), cujos corpos foram encontrados pela Defesa Civil e Polícia da cidade de Chocó. Para esse bando criminoso que carrega nas costas mais de 30.000 assassinatos indiscriminados, dentre eles uma infinidade de crianças e religiosos, matar, simplesmente, não satisfaz; há que ter requintes de crueldade na maioria dos casos, como na explosão de um botijão de gás em uma igreja, onde 56 crianças pereceram dilaceradas, ficando alguns pedaços de corpos grudados nas paredes do templo. Com seus desafetos da AUC não foi diferente. Suas vítimas foram castradas e decapitadas sumariamente. O reconhecimento dos corpos só tornou-se possível, através dos braceletes com a sigla do bando que traziam nos braços.

Na manhã da quarta-feira, um ônibus explode em um bairro de Jerusalém. Em seu interior havia estudantes e trabalhadores. Gente inocente, que nada tem a ver com essa guerra estúpida e insana. O autor do crime-suicida, pertencente ao Hamas, planejou tudo, despediu-se do pai e do irmão que sabiam do seu intento e entrou no ônibus com uma enorme carga de explosivos, como se fora um passageiro comum, se dirigindo ao trabalho como os demais. Crianças despediram-se dos pais e entraram sorridentes no ônibus da morte, sem saber que aquele seria o último sorriso esboçado em suas curtas vidas.

Ontem foi dado conhecimento de um dos crimes mais hediondos de que já tive notícia. O canal de televisão 51 – TELEMUNDO – de Miami, apresentou a mãe de um jovem estudante sul-americano, cuja procedência não me foi confirmada, que chorava e pedia justiça para o bárbaro crime cometido contra seu filho, um jovem cristão de 21 anos, estudante de medicina em Cuba, chamado Miguel A. Vargas.

A mãe de Miguel, Glória Bastos, contou que o filho havia deixado uma mensagem gravada em sua secretária eletrônica, informando que estava tendo problemas com um negócio que pretendia fazer com um carro. Resolveu ir à delegacia denunciar as pessoas com quem estava negociando e foi encontrado morto, depois. Na gravação telefônica ele dá o nome dessas pessoas. A senhora Glória apresentou na televisão fotos de como lhe foram entregues os restos do seu filho e denuncia que quem o torturou e assassinou, deve ter conhecimentos médicos, pela forma como foram feitas certas incisões, e acredita que não pode ser obra de uma pessoa só. Ela fazia um carinho no rosto do filho e chorava, enquanto os telespectadores tomavam conhecimento de como esse rapaz foi morto.

Alguém é capaz de imaginar o desespero e a dor dessa mãe? Ela diz que quer apurar os fatos e exige que o governo cubano seja responsabilizado por tal barbaridade, mas é uma pessoa humilde, visivelmente de poucas posses; será que ela consegue? Quem seria capaz de enfrentar um psicopata sanguinário como Fidel Castro, sem temer pela própria vida?

Esse caso não chegou ao Brasil nem deve chegar, tampouco vi noticiado em nenhum jornal latino-americano, sobretudo o Granma, noticioso oficial da ilha. Ninguém fala nada, ninguém responde às dúvidas e queixas dessa mãe. Esse tipo de crime é comum na China, um dos países com maior índice de torturas e desrespeito à vida humana do planeta. Cuba segue logo atrás e foi lá que fez escola.

Há dados que não chegam ao conhecimento do público e que têm relação com este caso. Cuba sobrevive, depois que perdeu os gordos subsídios da antiga União Soviética, de favores de outros países que são pagos com treinamento de guerrilheiros. Há “convênios” dessa natureza com a Venezuela, que lhe fornece petróleo em troca de “bolsas escolares” universitárias, para estudantes carentes, a maioria deles indígenas. Aviões são fretados e cerca de 200 a 300 jovens estudantes são levados à Cuba, felizes em seu sonho e na ilusão de que poderão graduar-se “gratuitamente”, a grande maioria, em medicina. A Colômbia também possui acordo semelhante, cujo pagamento é apoio bélico e treinamento aos guerrilheiros das FARC, membros do Foro de São Paulo, o mesmo ao qual pertence o futuro presidente do Brasil. A Bolívia também tem acordos dessa natureza e, recentemente o Brasil entrou nessa ciranda de apoios bilaterais, quando a UniverCidade (Faculdade da Cidade – Rio de Janeiro) assinou em setembro passado um acordo de cooperação entre os ministérios de educação de ambos os países.

Ocorre que aos estudantes é repassada a idéia de que é “um grande privilégio” estudar de graça num país cujo “nível de ensino é um dos melhores e mais avançados do mundo”. Chegando lá, entretanto, deparam-se com uma realidade bastante diferente. Os alojamentos são de péssima qualidade, sujos e infectos. Recentemente fui informada de uma epidemia de tuberculose entre os estudantes estrangeiros, em consequência da má alimentação e trabalhos forçados a que são submetidos. Os que se mostram mais renitentes ao credo revolucionário são privados de comida e “participam” dos campos de reeducação, onde trabalham na lavoura sem as mais mínimas condições de segurança e humanidade. Isso, aliás, é também uma prática empregada com crianças entre 5 e 15 anos, cujos pais são opositores ao regime castro-comunista. Alunos cubanos que ousam mostra-se contra o regime, são punidos, além dessas privações já citadas, com o não recebimento do diploma ao final do curso, ou expulsos das faculdades, como ocorreu agora, dia 19 deste mês, com três alunos que foram denunciados de ter assinado o Projeto Varela.

Miguel A. Vargas foi mais um desses jovens inocentes, cujo objetivo era tornar-se médico, graduado em uma boa faculdade sob os auspícios de um governante bom para com os pobres. As pessoas que o assassinaram ainda não foram identificadas (e talvez nunca sejam), mas pela forma inumana como aconteceu, justo depois de tentar denunciar alguém, não deixa muita margem de dúvida de onde partiu. Arrancarem-lhe a língua é simbolicamente, além da punição, o aviso de que não tem o direito de falar. Em Cuba, só o Psicopata em Chefe fala. Quem ousa contrariar-lhe, paga com prisão e torturas, ou com a vida.

Faço esse relato emocionada, lembrando das tantas vidas ceifadas barbaramente naquela Ilha do Inferno, porque quero deixar registrado aqui, para todo e qualquer jovem que sonhe com o “paraíso caribenho” e queira estudar numa dessas “melhores universidades do mundo”, que não caia nessa armadilha preparada pelos adoradores de um monstro sanguinário. Lá, só há miséria, escravidão e morte. É uma terra de mortos-vivos, onde os únicos bem vivos são protagonistas da morte, diária e silenciosa.

Que Deus acolha no Seu reino esse jovem cristão, mais uma vítima calada à força com a tortura e a morte e se apiade de sua pobre alma.

NOTALATINA


sexta-feira

LULA, O “SALVADOR” DO ESPORTE NACIONAL

Paulo Diniz - A cada dia que passa é possível notar que o estrelismo que cerca o recém-eleito presidente da república veio para ficar. O que mais chama a atenção é a subserviência de amplos setores da imprensa, que extravasa todos os limites do imaginável, dando a impressão de que Lula vai ser mesmo o “salvador da pátria” que o Brasil precisava, ao menos na visão dos esquerdistas da mídia.

Como que dotado de poderes sobrenaturais, o presidente eleito vai solucionar todos os problemas nacionais, e como não poderia deixar de ser numa plataforma eleitoral demagógica e sem consistência, nada como escolher um problema de “impacto” para ser “resolvido” pelo novo “cavaleiro da esperança”, e o que melhor do que a fome, que estaria dizimando o povo brasileiro?

Lógico que para acabar com o problema, será necessário aumentar a presença do Estado, certamente criando mais alguns cabides de emprego, além de arregimentar a sociedade, no melhor estilo coletivista, tudo sob a batuta dos luminares do futuro governo “popular” (leia-se socialista) de Brasília.

Mais correto seria facilitar o desenvolvimento da livre iniciativa, apoiar o estudo (ESTUDO, não analfabetismo institucionalizado, como demonstrado a cada PROVÃO feito pelo governo), para desenvolver idéias e projetos, que gerassem riqueza, desenvolvimento, emprego, produtividade, enfim, apoiar, ou pelo menos, NÃO ATRAPALHAR a vontade e a capacidade individuais em detrimento de políticas estatizantes, demagógica e populistas.

Infelizmente isso é algo que, definitivamente, não tem a menor chance de acontecer num país de terceiro mundo como o Brasil, onde o Estado foi, é e continuará a ser a mola mestra da economia nacional, mesmo levando em conta que não agüenta mais nem com suas próprias (e pesadas) pernas. A não ser, é claro, que um milagre inimaginável aconteça, e as eminências pardas por trás do Sr. Lula resolvam adotar medidas sensatas para contornar as dificuldades que certamente surgirão.

Mas enquanto o governo Lula ainda não assume de fato, assistimos a um outro lance de pura demagogia de parte da mídia, dessa vez da mídia esportiva, materializado através da reunião promovida por jornalistas na sede do PT, na segunda, 18/11, em São Paulo, para tratar do esporte nacional.

É constrangedora a desfaçatez com que certos jornalistas esportivos estão cortejando o novo presidente, como que buscando se colocar no centro das decisões do futuro governo na área de esportes. Só para lembrar, nos tempos do regime militar, muitos criticavam os generais por misturarem política e futebol. Mas, e o que é que está sendo feito agora? A insistência com que alguns membros da mídia esportiva e ex-atletas, todos notórios militantes petistas, e alguns autênticos “puxa-sacos” de Lula, atribuem ao Estado a solução dos problemas do esporte brasileiro, e mais particularmente do futebol, é algo assombroso.

A impressão é de que as críticas que eram feitas aos militares por associarem o futebol ao ufanismo do “milagre brasileiro” ocorriam apenas por motivos ideológicos, e agora que a “estrela” está lá, é perfeitamente normal misturar as duas coisas.

É lamentável ligar a TV para assistir a um programa esportivo, e, por exemplo, ver um certo comentarista esportivo tecendo comentários sobre a opção política de jogadores e técnicos, maliciosamente criticando se a postura não é pró-PT, e sempre exaltando as supostas qualidades do novo presidente e do seu partido, como se de fato o PT fosse um partido acima do bem e do mal.

Aliás, entre os jornalistas esportivos que agora “puxam o saco” do governo Lula, estão muitos dos que criticaram o então ex-técnico da seleção brasileira de futebol, Luis Felipe Scolari, por ele ter elogiado os aspectos positivos do governo do general chileno Pinochet. Que tal se agora eles fizessem o mesmo em relação ao “salvador da pátria”, que é velho discípulo e vassalo do mais antigo ditador do mundo, Fidel Castro? Acho que vai ser mais fácil o meu querido Palmeiras não cair para a segunda divisão.

Fica a pergunta: até os esportes vão ser utilizados como instrumento da propagação de idéias socialistas e coletivistas entre a população? Parece que sim, pois já apareceu jornalista falando que “Cuba é o modelo” esportivo para o Brasil seguir. Esse mesmo jornalista afirmou que o “esporte é a grande riqueza nacional”. Só espero que agora esse pessoal, que está se arvorando de “porta voz” do esporte nacional junto ao novo governo, não surja com alguma conversa do tipo “o Esporte é nosso”, e proponham a criação de uma “Esportebrás”...

quinta-feira

O ABC da Cretinice

Milla Kette. Ohio - Terça-feira, (18/11/02) Peter Jennings (ABC) observou que grupos de direitos humanos têm reclamado como os EUA têm violado os direitos dos prisioneiros em Guantánamo Bay (Cuba) e Bob Woodruff mostrou um paquistanês (recentemente liberado, de volta à terra natal), prisioneiro número 143, que foi submetido a uma tortura bastante peculiar e horrenda. Segundo o infeliz, o método yankee é de um requinte diabólico: ele era colocado em sua cela e “eles bombeavam ar frio de um buraco no teto. Essa era a punição. O ar era muito frio.” Para quem ainda não compreendeu, a tortura chama-se… ar condicionado. Esse tipo de tortura, experimento cada vez que meu marido dirige. Ele costuma sentir mais calor que eu; sempre me viro para ele e pergunto: “Are you trying to kill me?”; nunca imaginei que estava sentindo o gosto da tortura yankee!

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“Espelho espelho meu: que árvore sou eu?”

A arquiliberal Barbara Walters teria perguntado a Jimmy Carter se ele fosse uma árvore, que árvore ele seria. Jay Lenno revelou como o mutante Algore responderia se ela houvesse feito a mesma pergunta: “O que queres dizer com se eu fosse uma árvore?”

Missil Crisis

NBC, Bob Faw do Nightly News, comentando a última descoberta sobre Kennedy, mostrou o que o ex-conselheiro do presidente, Ted Sorensen disse: "Tínhamos um presidente adoentado que, durante a crise cubana, nos manteve fora da guerra. Agora, temos um presidente super-saudável. Que conclusões tiramos disso tudo?” Que o povo cubano teria sido mais bem servido se George W. Bush houvesse nascido nos anos 20!

Clooney reprovado em História

Além de ser um péssimo ator, George Clooney provou que é péssimo em História. Para ele, os EUA não têm hoje a justificativa que teve na 2a Guerra para atacar o Iraque, porque naquela época “fomos atacados”. Ele deve ter esquecido 11 de setembro de 2001, que matou civis –enquanto que em 1942 os EUA declararam guerra à Alemanha, apesar do Japão ter sido o agressor e, ainda por cima, de uma instalação militar!


Whining Daschle

Rush Limbaugh (http://www.rushlimbaugh.com/home/today.guest.html) foi acusado pelo lider minoritário do Senado, Tom Daschle, de instigar seus ouvintes (ele tem um programa de rádio imensamente popular aqui) contra os Democratas. "Quando Rush Limbaugh lança ataques a nós, pessoas de vida pública, seus ouvintes não se satisfazem apenas em ouvir. Eles querem agir, porque estão sobre grande emoção. E aí, o número de ameaças a nós da vida pública sobe dramaticamente a nossas famílias e nós, de forma desconcertante [do que ele não apresentou nem evidência].” Daschle, que não teve a mesma reação quando recebeu a carta com antraz, não se incomodou nem um pouco quando Alec Baldwin urrou na tevê que o deputado Henry Hyde e sua família deveriam ser apedrejados até a morte! Uma coisa é certa: amanhã o escritório de Daschle em D.C. vai receber a ligação de uma dessas ouvintes guiada pela razão!

Simples: Não Votem Neles!

O Partido Democrata está em estado de histeria coletiva, tentando culpar terceiros por sua incompetência. Eles reclamam que não conseguiram passar sua mensagem para o público. No entanto, a mensagem sempre foi a mesma, e é muito clara: não votem nos Republicanos, pois eles vão colocar salmonela no hamburger das crianças, jogar os aposentados na rua, acabar com as florestas, entregar o país para as grandes empresas, colocar arsênico na água, etc, etc, etc. Mas eles não conseguem responder uma simples pergunta: por que votar nos Democratas?

Extra! Extra: CNN Perde a Memória!

CNN está fazendo tudo para recuperar a audiência perdida para Fox News. Roger Ailes (o big boss da Fox) enviou uma carta aconselhando Bush sobre a opinião pública após os ataques de 11 de setembro. Quinta passada, CNN passou o dia todo veiculando essa notícia, de forma a parecer que Aisles tem o rabo preso com a administração Bush. CNN tem memória curta: seu presidente, Rick Kaplan, jogava golfe com Clinton, dormiu no quarto de Lincoln (na Casa Branca), ajudou Algore a treinar seu debate com W; quando executivo da ABC News, aconselhou o candidato presidencial, Bill Clinton, como lidar com o caso Jennifer Flowers (1) e retirou histórias que falavam mal de Clinton. Eles decididamente necessitam de uma dose cavalar de ferro!

(1) Flowers foi violentada por Clinton quando ainda Governador do Arkansas.


É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO!

Heitor De Paola - O futuro governo do PT tem se mostrado tão moderado que chega a encantar os Representantes do FMI, como está estampado em todos os jornais de hoje. O Palocci, futuro Ministro da Fazenda ou Planejamento, está tão afável que os radicais do PT, e imagino que a turma do PC do B e do PSTU também, já o chamam de Palan, mistura de Palocci com Malan. O Armínio Fraga poderá ser confirmado por mais seis meses. Será que todos os que enxergavam no PT um Partido revolucionário, com direito até a criar um “Eixo do Mal” com Cuba e Venezuela, estavam enganados?

Acho que a dica para entender tanta passividade e troca de gentilezas foi dada hoje pela Coluna de Políbio Braga (www.polibiobraga.com.br). A Deputada gaúcha Esther Grossi, que voltou de Havana deslumbrada e tendo deslumbrado o decrépito e longevo ditador Fidel Castro – o mais velho ditador comunista ou não do mundo – convidou para a Conferência Nacional de Educação, Armando Hart, o mitológico ministro da Educação do início da revolução cubana, em 1959. O programa de alfabetização do futuro Governo Lula será avaliado pelo próprio Hart.

Ora, ora, tanta moderação na economia é porque a revolução vai começar mesmo pela Educação, o resto é jogo de cena! Na campanha de Bill Clinton contra George Bush, senior, em 1992, foi inteligentemente usado um vídeo em que aparecia uma boca dizendo, sem som: “It’s the economy, stupid!”, para mostrar que Bush pai estava iludido de que o prestígio adquirido com a Guerra do Golfo iria ser o fator decisivo da campanha e levá-lo seguramente à re-eleição. Clinton se elegeu facilmente e ficou oito anos cuidando exatamente da economia. No Brasil de hoje é diferente: não é a economia, é a educação, e a estupidez é ficar observando somente as possíveis medidas econômicas a serem adotadas para o primeiro ano de Governo.

Só poderia ter sido um gaúcho, Políbio, que sofreu quatro anos sob os tentáculos de um governo do PT - felizmente alijado em outubro último - a intuir este aspecto. É exatamente na educação que o próximo governo Rigotto vai ter mais trabalho de reverter a ação nefasta do PT. O nosso excelente jornalista ainda conta que em 1963 esteve em Cuba junto ao próprio Hart para testemunhar a implantação do programa de alfabetização de adultos, e observou que ao final do aprendizado, cada aluno tinha por tarefa escrever uma carta do próprio punho a Fidel Castro, indicando o êxito da tarefa do Governo. Aqui no Brasil teremos aqui apenas o aprofundamento do que já vem sendo feito há oito anos com o método de doutrinação pseudo-educativo de Paulo Freire, agora com aval cubano. Está aí o eixo do mal. Em bom Português: o buraco é mais embaixo!

A infância sempre foi a área que recebeu mais atenção por parte de todos os governos totalitários – e me recuso a dividi-los entre “de esquerda” e “de direita” – porque, como dizia minha avó, é de pequenino que se torce o pepino! Daí a Hitlerjugend, os meninos de Beria, embrião do Komssomol, os desfiles marciais de estudantes instituídos pelo nosso Getúlio Vargas. Curiosamente, todos incluíam alguma cartinha daquele tipo cubano ao Führer, ao Duce, ao Guia Genial de Todos os Povos, ao Grande Timoneiro. Aprendeu bem, El Comandante, com seus pares. A quem será endereçada a tal cartinha aqui?



quarta-feira

A MANIPULAÇÃO DA CRISE PALESTINO-ISRAELENSE PELA MÍDIA

Paulo Diniz - Nas últimas semanas a violência em Israel voltou a ocupar espaços nos noticiários internacionais. Invariavelmente, somos obrigados a assistir, assim como já havia ocorrido na campanha dos Estados Unidos contra os terroristas de Bin Laden, um festival de demagogia esquerdista, com críticas severas dirigidas apenas contra os israelenses, que são alvo sistemático de ações terroristas, que resultam na morte de dezenas de jovens, mulheres e crianças, em sua imensa maioria, civis inocentes.

Obviamente que o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon fechou muitas portas ao diálogo, e utiliza um poderio militar muitas vezes excessivo contra as cidades palestinas. Contudo, como reagir aos ataques terroristas ? Aceitando tudo como fato consumado? Ou chamando a ONU, com seu poder de “mentirinha”, para colocar uma força internacional na área?

Por outro lado, qual foi o papel de Arafat ao longo dos últimos meses? O de conciliador? Ao que parece não, embora a mídia internacional, incluindo a brasileira, tenha transformado Arafat em um “pobre coitado”, quando na verdade, ele parece ter manipulado os extremistas assassinos, para criar a impressão de que ele, Arafat, é um moderado que deve ser preservado.

Não vou nem abordar o tipo de cobertura dada por emissoras de televisão internacionais como a CNN, pertencente ao esquerdista pró-Fidel Castro Ted Turner (se alguém duvida, experimente assistir à versão em espanhol da CNN, onde todo tipo de denúncia esquerdista é tratada como verdade incontestável, e as sujeiras cometidas pelos comunistas latino-americanos, especialmente de Cuba ou das FARC são omitidas ou apresentadas como desastres naturais). Vou me ater ao tipo de cobertura da imprensa brasileira, como sempre contaminada pelo esquerdismo mais primitivo, que dessa vez está voltado contra o governo de Israel.

Em primeiro lugar, todas as ações dos palestinos são tratadas como atos de heroísmo, inclusive dando destaque aos famigerados “homens-bomba”, covardes assassinos, que explodem adolescentes e mulheres inocentes, ou então como fenômenos “naturais”, que não merecem condenação alguma.

Os nossos “brilhantes” jornalistas, apresentadores de televisão e comentaristas também não abordam o fato de que durante anos Arafat obteve muitos benefícios, como territórios, reconhecimento internacional materializado na forma de créditos e assessoria, além de aceitação sem precedentes em Israel, embora seja o responsável por inúmeros atentados terroristas, ao longo de décadas, que provocaram centenas de mortes entre os israelenses.

Apesar desses avanços inegáveis o que se verificou foi um aumento surpreendente de atentados e ataques contra os israelenses, inclusive com o assassinato de um ministro de estado. Outro detalhe que parece não ter importância para a nossa mídia, é que a maioria esmagadora das vítimas dos ataques palestinos são civis.

E assim a crise foi evoluindo, sucedendo-se os ataques e retaliações, com Arafat posando de vítima, que pouco pode fazer para conter os terroristas existentes entre suas fileiras. Isso demonstra que ele é fraco, incapaz ou desonesto, pois como pode o líder de um povo falar em acordos de paz, e permitir que seus compatriotas cometam ataques terroristas?

Mas já que os nossos esquerdistas e “humanistas” encastelados nos meios de comunicação estão tão preocupados com a violência na região, e gostam de apelar para comparações com o nazifascismo, creio que não seria muito pedir para que eles também falassem um pouco sobre os regimes “democráticos e defensores dos direitos humanos” que cercam Israel, e que estão fazendo de tudo para lucrar com a crise.

Que tal se começassem pela Síria? Criticam os israelenses pela ocupação do sul do Líbano (de onde, aliás, já saíram), mas e a Síria, que ocupa todo o país há décadas, tendo manipulado de todas as formas possíveis as diversas facções que lutaram ao longo da sangrenta guerra civil que destruiu o país?

Também seria interessante se alguém se lembrasse do massacre cometido contra a população civil de Beirute pelos sírios, entre 1990-91, quando bombardearam durante meses a capital libanesa, até vencerem os que tentavam impedir o controle total do país pelas tropas de Damasco. Mas talvez esse assunto não seja interessante, não é mesmo? Afinal, para algumas pessoas, determinadas vidas humanas parecem ser mais valiosas do que outras, principalmente se for possível fazer propaganda político-ideológica em cima delas.

Os palestinos são oprimidos pelos israelenses. Perfeito. Mas e os cristãos libaneses, o que acontece com eles sob o controle sírio? E o que dizer do Irã, país totalmente estranho à questão, já que nem ao menos é árabe, mas que insiste em utilizar-se dos terroristas libaneses do Hezbollah como instrumento de pressão contra Israel, país que o líder supremo da revolução islâmica iraniana, o aitolá Khomeini, jurou destruir?

O ditador iraquiano Saddan Hussein busca lucrar com a situação, oferecendo prêmios para as famílias dos terroristas palestinos que explodem junto com suas bombas, causando morte e destruição em Israel. Aliás, foi por causa de Saddan Hussein, durante a Guerra do Golfo, em 1991, que os palestinos perderam a maior parte do suporte financeiro dos países árabes moderados, devido ao apoio de Arafat ao ditador iraquiano na ocasião.

E para piorar, certos jornalistas como o sr. José Arbex Jr., notório simpatizante de todo tipo de causa antiamericana e antiisraelense, às quais, aliás, coloca à disposição os serviços de sua pena, insistem em comparar o Holocausto judeu à situação dos palestinos, fazendo eco com as declarações do comunista José Saramago. Aí, é possível suspeitar que o caso é de desonestidade mesmo, pois como é possível que homens da mídia, supostamente bem informados, não saibam que o país que abrigou nazistas fugitivos foi a Síria, criminosos como Alois Brunner, agente da Gestapo, responsável por dezenas de milhares de assassinatos?

Enfim, podemos não concordar com o que está acontecendo em Israel, mas, por favor, não deixemos que uma causa nobre como a criação de um estado palestino pacífico, seja representada e manipulada por gente tão sem qualidade como essa que se apresenta no momento, como se fossem todos donos da verdade.


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terça-feira

Brazil? No thanks!

Igor Taam - Política Internacional tem coisas, no mínimo, intrigantes. Uma delas é ajudar um inimigo mais afastado quando ele está contra um inimigo imediato. Foi o caso de quando a China se indispôs publicamente com a URSS, e o governo americano aceitou sua aproximação diplomática em nome de algum estratagema de guerra no Afeganistão em 1979. O caso mais recente de apoio americano à política da China foi no governo Clinton, sendo que o ele mesmo havia recebido verbas chinesas para se eleger.

Intrigante mesmo é que, se, por um lado, os comunas são criticados por seu sofisma de que para criar sua sociedade perfeita, dá-se o direito de cometer os crimes que lhe derem na veneta, endurecer, pero sin perder la ternura. Por outro lado, e por muitas vezes, devido a interesses imediatos, vários governos democráticos fecham os olhos às ditaduras, e algozes da nossa da civilização judaico-cristã. Parece que não é suficiente ter como aliados apenas os próprios partidários da Sociedade Aberta. Nem no caso comunista, onde não são necessários maiores comentários, nem no outro, se transparece o desejo de recuperar alguma autenticidade em suas ações, de se reconhecer que certas coisas não são aceitáveis, que existem limites para a diplomacia.

Bush sabe que a relação de Lula com as FARC não fica só no discurso, sabe que sua simpatia ao ditador Fidel Castro vai além dos abraços, a ponto de, para poder receber o ditador cubano e não perder a data comemorativa da Revolução Cubana (1o de janeiro), o PT faz o que pode para adiar por seis dias a data da posse de Lula. Bush já foi alertado que a aproximação do Brasil com o Eixo do Mal, agora mais do que nunca, tende a ficar mais estreita, e oficial, ainda. Será que Bush sabe também que José Dirceu, o homem forte do PT, é um agente cubano? Acho que sim. Além disso, o próprio Secretário do Tesouro dos EUA, Paul O’Neill, já havia chamado nosso mais novo presidente eleito de “maluco” – o que, ao invés de ser um motivo de preocupação, foi causa de murmúrios e palavrórios afetados de jornalistas e deputados esquerdistas a favor de uma política chic. Pois bem, talvez seja radical da minha parte, mas por todos esses motivos expostos acima, se eu fosse o presidente americano, iria desfazer o convite que foi feito ao “maluco” para uma visita à Casa Branca no dia 10 de dezembro.

Se o governo americano se manifestasse contra um possível governo Lula, antes das eleições, tenho certeza de que não Lula se elegeria. Engrossaria o rol de bodes expiatórios, mas não se elegeria. Será que, com todos os seus correligionários, o governo PT é crível para acordos comerciais e político-diplomáticos com os EUA? E se for, não nos tornaremos mais uma aberração vermelha alimentada pelo próprio capitalismo? O velho tapinha nas costas, talvez, seja para os EUA, uma política tranqüila, mas para os brasileiros é menos uma trombeta que se toca, é menos uma chacoalhada. O PT não tem jeito, Lula não tem jeito e já assinou pactos com o diabo nos diversos Foros de São Paulo. E cá entre nós, políticos que são apoiados entusiasticamente pelo Pravda são dignos do risos, não de votos, ou audiências na Casa Branca. É melhor que essa revolução por cima caia agora, do que se perpetue ad infinitum.

Por mais frustrante que pareça ser, não vejo outra saída, senão a vinda de fora. Só mesmo um balde de água fria para nos obrigar a acordar para o óbvio: que são inconciliáveis as políticas de apoio aos guerrilheiros do MST e o direito à propriedade, o agigantamento do Leviatã tupiniquim e a distribuição de renda, a retórica do populismo assistencialista e posições realistas, a deformação generalizada dos valores e a garantia de maior justeza na nossa Constituição – o deputado petista Paulo Paim, por exemplo, criou uma lei em que a resposta penal de uma “difamação qualificada” é pior que a de homicídio culposo. E por fim, a impossibilidade da já resoluta, assinada legitimação das FARC e o combate ao narcotráfico internacional, além do paradoxo que é a aproximação perigosa com países do Eixo do Mal (Venezuela, China, Cuba...) e ser um Aliado com "A" maiúsculo.

Se os EUA têm a preocupação de assegurar o compromisso democrático dos governos e de candidatos latino-americanos, que não façam da política internacional, como dizia Raymond Aron, “um exercício de gangsters”, seja com a China, seja com o Brasil. Let´s talk sense.