sábado

Uma História que Ninguém Conta

Milla Kette, Ohio - Há 40 anos, James Meredith criou a maior confusão no campus da Universidade do Mississipi: dois civis mortos, 48 soldados e 30 Marshals feridos. Meredith queria registrar-se mas havia um impedimento: ere ela negro. Contra o governador Democrata, Ross Barnett, e graças às tropas federais (30 mil), Meredith assistiu sua primeira aula. Ele participou da cerimônia onde graduou-se em Ciências Políticas dia 18 de agosto de 1963, graça a 16 policiais federais.



Três anos depois, numa marcha em prol dos direitos de voto para os negros, Meredith foi atingido por uma espingarda e tem no corpo 80 estilhaços de chumbo. Ele foi duramente criticado por seus colegas do movimento negro quando se opôs a Affirmative Action (imposição no governo Johnson) e aderiu ao senador Republicano (conservador) Jesse Helms. Meredith está com 69 anos e vive em Jackson, Mississipi.



A Batalha de Oxford é ignorada nos livros de História americanos, mas pode ser lida na obra de William Doyle: "An American Insurrection: The Battle of Oxford, Mississippi, 1962" –baseado em entrevistas com 500 testemunhas oculares, tapes da Casa Branca e mais de 9 mil páginas de arquivos do FBI. Doyle expõe os mulherengos irmãos Kennedy, John e Bob, que não souberam enfrentar a crise no Mississipi.



JFK lavou as mãos no tocante ao que ele chamava de "God-damn mess" em que o movimento de direitos civis se havia transformado. Bob, então procurador-geral, negociou com o governador Barnett, e tudo acabou no que ele classificava como a pior noite de sua vida.



Mais preocupados com a opinião pública, os irmãos Kennedy secretamente afastaram quatro mil tropas de soldados negros das frentes de batalha, enviando-os para coleta de lixo e as cozinhas, a fim de não ofenderem os brancos. Esse livro deve, por extensão, ajudar a compreender o que deu errado na Baía dos Porcos...



A Escolha de Jennings



Segundo Peter Jennings, âncora do World News (ABC), ele foi criado pela mãe (canadense como ele) com profundo “antiamericanismo” (esporte sempre em voga no planeta). Há alguns dias, Jennings foi entrevistado pelo Philadelphia Inquirer (http://www.poynter.org/medianews/), e disse que carrega no bolso do paletó, nada mais, nada menos, que a Constituição dos EUA para... “inspirar-se”. Depois de 40 anos vivendo nos EUA, Jennings há dez vem matutando a possibilidade de tornar-se cidadão americano, “se o país me achar merecedor.” Como afirmou Brent Baker do Media Research, melhor evitar fazer essa pergunta à assistência conservadora...



Rather e o criador da Web



Dia 23/9, Dan Rather (ABC) proclamou que Algore (aquele que criou o maior caso nas eleições 2000 na Flórida e inventou a Internet, lembram?) sentiu-se “traído quando a administração Bush anterior retirou-se às pressas do campo de batalha [Iraque].”


Na noite seguinte, Brit Hume (Fox News) mostrou o discurso dele no Senado em 1991: “Que fique claro, o presidente Bush não deve ser acusado pela sobrevivência de Saddam Hussein. Durante toda a guerra houve um consenso de que os EUA não deveriam ter a conquista do Iraque como objetivo. Ao contrário, foi universalmente aceito que nosso objetivo seria a retirada do Iraque do Kuwait e estava subentendido que, quando isso ocorresse, o combate cessaria.”


Segundo Algore , foi seu voto que decidiu a ida dos EUA ao Golfo. O resultado da votação, entretanto, foi 52 a 47 e um total de dez Democratas votaram pela guerra. Algore foi o último a anunciar sua posição –esperou para ver que lado venceria. Isso é que é virar casaca, heim? Quem quiser ver o criador da Internet em ação, acesse: http://us.imdb.com/Name?Reiner,+Rob


sexta-feira

Terrorismo ambiental na mídia



Aquecimento global faz gelo cair dos céus da Espanha

Robson Caetano, Rio - A absoluta certeza que os ambientalistas têm de que a mente dos seres humanos adultos está totalmente anestesiada e em sintonia com seus ideais (sic), produz cada vez mais “fatos” que qualquer criança de seis anos sabe que não podem ser possíveis de acontecer.


Conforme o noticiado pelo O Globo de 27/09 (http://oglobo.globo.com/oglobo/plantao/45202766.htm), o cientista espanhol Jesus Martinez-Frias, após dois anos e meio de estudo, chegou à conclusão de que o aquecimento global pode ser o responsável por blocos gigantes de gelo que caem em dias de céu claro e que abrem enormes buracos em casas e carros na Espanha. O grifo é meu.


Como sempre, a nota do plantão d’O Globo não diz há quanto tempo o fenômeno está ocorrendo ou se ele ocorre em outros lugares do planeta e sob quais condições. Segundo o cientista, ele não deveria ocorrer nos céus da Espanha.


O mais surpreendente nesta declaração é que as palavras de Martinez-Frias embutem o fato de que o seu estudo, após dois anos e meio, não chegou a resultado nenhum, o que seria uma conclusão mais honesta. Entretanto, para o cientista, foi mais fácil atribuir, mesmo que supostamente, à teoria do aquecimento global a formação destes megacriometeoros.


Sendo cientista, ele sabe perfeitamente que nossa atmosfera possui uma dinâmica que o atual estágio de nossa ciência ainda não consegue tornar previsível. Sendo cientista, ele sabe perfeitamente que o clima terrestre está em constante mutação, desde que a atmosfera se formou, há alguns bilhões de anos. Ele afirma brilhantemente que os sinais de que “o ozônio e água estão mudando em diferentes níveis da atmosfera” poderiam ser uma evidência de uma mudança climática. Até aí tudo bem. Entretanto ele obviamente apela para o senso dito comum e culpa o aquecimento global por uma condição que é naturalmente inerente à nossa atmosfera.


Não passou pela sua científica cabeça que o fenômeno pode ser um indício não do aquecimento global, mas sim, do início de uma era do gelo, conforme o preconizado na década de 70 por cientistas que abraçavam o verdadeiro espírito científico, antes da histeria do movimento ecológico anticientífico.


Tudo leva a crer que o cientista Martinez-Frias deve ter pouquíssimo contato com crianças, principalmente as de seis anos de idade, pois elas poderiam ensiná-lo, com a ingenuidade e a doçura que lhes são peculiares, que gelo não é feito fora da geladeira ou durante os dias quentes de verão.


The Washington Post: criatividade ilimitada

Milla Kette, Ohio, especial para o OFFMIDIA - A criatividade do Washington Post não tem limites! Sua última façanha, matéria de 1a página: “Bush sugeriu que os Democratas não se importam com a segurança da nação” (http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A62783-2002Sep24.html ). Tom Daschle, lider majoritário (Democrata) no Senado, depois de uma vista d’olhos no diário, ao invés de comunicar-se com Bush, correu ao primeiro microfone que encontrou para rosnar: “O presidente foi citado esta manhã no Washington Post, dizendo que os Democratas, que o Senado controlado pelos Democratas, não tem interesse na segurança do povo americano.”


Aproveitando a turbulência causada pelo último discurso de Algore, ele atacou Bush, exigindo que ele se desculpasse... A frase de Bush (23/9/02) foi a seguinte: “O Congresso respondeu, mas o Senado está mais interessado em interesses especiais em Washington, não na segurança do povo americano”, acrescentando: “Estamos trabalhando duro em Washington para fazer tudo certo –Republicanos e Democratas. Esse não é um assunto partidário” (http://www.whitehouse.gov/news/releases/2002/09/20020923-3.html).


Ele se referia ao Department of Homeland Security (que não foi aprovado pelo Senado), que vai unir várias agências numa só, e não ao Iraque; Bush não quer que os empregados gozem das proteções especiais dadas aos funcionários públicos (aqui também tem disso!).


Ary Fleischer, porta-voz da Casa Branca, deu uma chance para Daschle sair do imbroglio na boa, mas o cabeça-dura não se emenda: depois da coletiva de Fleischer, Daschle repetiu as acusações no Senado. Trent Lott, lider minoritário no Senado (Republicano), perguntou a Daschle se o inimigo dos EUA é Bush ou Saddam. Sobrou para Cheney, também: o Washington Post acusou-o de ter afirmado que “a segurança [do país] seria incrementada se Taff derrotasse Dennis More [candidato Democrata para o Congresso].” Cheney disse que Taff seria um bom parceiro para a administração Bush. Eta jornalzinho porreta esse, não? Até parece O Globo!


quinta-feira

LEIAM NO NOTALATINA

O Notalatina (http://notalatina.blogspot.com) publica nesta sexta duas notícias da Venezuela, que mostram o “espírito democrático” do seu governante, Hugo Chávez. A primeira, fala de como foi dispersada uma manifestação pacífica, na verdade, a tentativa de uma vigília para protestar contra novos decretos criados por Chávez. O modo de reprimir venezuelano, cada dia fica mais semelhante ao cubano...A segunda nota é a respeito da utilização do petróleo venezuelano como financiador do terrorismo internacional. Confiram.


A FALÁCIA DO MOMENTO NA MÍDIA: EUA ARMARAM O IRAQUE. SERÁ MESMO? (PARTE 2)

Paulo Diniz



Exemplos do largo emprego de armas soviéticas pelos iraquianos não faltam, e por volta de 1987, os soviéticos forneciam cerca de 70% das armas utilizadas pelo Iraque (MIDDLETON, Drew., citado na edição de 21/06/1987 do Jornal O Estado de S. Paulo).
Durante os intensos combates travados a partir de janeiro de 1987, quando o Irã lançou uma grande ofensiva contra a cidade de Basra, no sul do Iraque, a imprensa internacional noticiava quase que diariamente a derrubada de helicópteros e aviões iraquianos de fabricação russa e francesa. (Como na ocasião em que três caças Mig, além de dois caças Mirage franceses, foram abatidos no início do mês de fevereiro de 1987).



Em maio de 1988, o jornalista Fernando Barros visitou a cidade de Basra e o porto de Fao, ambos no sul do Iraque. Os relatos do jornalista (ed. 06/06/1988 jornal O Estado de S. Paulo), não deixam dúvidas: tantos as armas utilizadas pelos iraquianos quanto o material capturado aos iranianos, que haviam sido derrotados recentemente numa grande batalha em Fao, eram de fabricação soviética.



A presença de assessores soviéticos e do bloco oriental em solo iraquiano também era conhecida. O jornalista Roberto Godoy, especializado em assuntos militares, publicou artigo em 18/01/1987 (jornal O Estado de S. Paulo), onde descrevia as técnicas e armas utilizadas por comandos iraquianos. O detalhe é que os voluntários da unidade “... foram treinados por instrutores do corpo de elite soviético Vosdushnyy Desant, os pára-quedistas militares mais antigos do mundo”. Numa das operações dessa força treinada pelos soviéticos “... foi utilizado equipamento brasileiro, foguetes de saturação Astros II da classe SS-40, da Avibrás Aeroespacial, e, pela primeira vez, o veículo rápido de ataque Fera Een-09, da Engesa.” A criação dessa unidade, segundo informava a mesmas reportagem, seria “conseqüência da ampliação do contingente de assessores russos no Iraque”, então estimado em 800 técnicos militares.



Em outra reportagem publicada em 14/08/1988, Roberto Godoy afirmava que: “Em oito anos de guerra, o Iraque adquiriu de fornecedores como a Engesa e Avibrás Aeroespacial perto de US$ 1,5 bilhão”. E na ocasião, segundo a mesma reportagem o Iraque devia às indústrias bélicas brasileiras (então poderoso setor da indústria nacional) eram da ordem de US$ 300 milhões.



Ainda durante os violentos combates travados em meados de 1987, a participação de assessores estrangeiros em apoio ao Iraque foi tornada pública, durante a apresentação de prisioneiros iraquianos capturados a imprensa internacional, quando um deles, o tenente da força aérea Abdel Aaly Mahammed Fatad, admitiu a jornalistas ocidentais que “assessores militares soviéticos, franceses e indianos estavam em Bagdá, ajudando a dirigir o esforço de guerra do Iraque”. À respeito de assessores norte-americanos, nada.



As táticas empregadas, o treinamento de comandos iraquianos, enfim, toda a doutrina militar do Iraque era cópia fiel do padrão militar soviético. A presença de técnicos militares russos no Iraque continuou até depois do final de guerra contra o Irã, em 1989, somente tendo terminado em 1991, pouco antes do início da Guerra do Golfo.



Em 1987 houve um intenso recrudescimento no bombardeio de cidades tanto no Irã quanto no Iraque, que durou até meados do ano seguinte, no qual iraquianos e iraniano lançaram mão de mísseis terra-terra Scud-B, fornecidos a ambos os lados por russos e norte-coreanos, ocasionando a morte de milhares de pessoas.



E se os Estados Unidos eram mesmo os patrocinadores do regime de Saddam Hussein, como explicar o ataque de caças Mirage-F1 iraquianos, utilizando-se de mísseis Exocet, contra a fragata Stark, da marinha norte-americana, no Golfo Pérsico, em maio de 1987, que resultou na morte de 37 marinheiros norte-americanos? Estranho erro de um “vassalo” que dependia tanto do apoio norte-americano, e que corria o risco de ficar mal perante o seu suposto “mentor” ao cometer tão desastrada ação.



Assim, não têm muita solidez afirmações como as que são constantemente repetidas pela mídia (como na revista Veja desta semana), que os norte-americanos armaram e sustentaram o regime de Saddam Hussein. Quem bancava o governo iraquiano, durante a guerra contra o Irã, além das exportações de petróleo feitas pelo próprio Iraque, eram os países árabes do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, e principalmente o Kuwait.



Os árabes, tanto quanto os EUA, temiam a eventual derrota do Iraque na guerra contra o Irã, pois o regime dos Aiatolás era por demais radical e imprevisível. Aliás, a invasão do Kuwait pelo exército iraquiano, em 1990, teve como vantagem (para o Iraque), além da tomada do petróleo kuwaitiano, o cancelamento dos imensos débitos iraquianos para com seu principal credor.



Portanto, após tudo isso, fica a pergunta: de que forma, exatamente, os Estados Unidos foram os responsáveis pelo fortalecimento militar do Iraque? Ao contrário, pelos dados apresentados, quem forneceu todo tipo de equipamento que o Iraque necessitou durante a guerra, foi a União Soviética, e, em menor escala, o Brasil, através da Engesa e Avibrás. Assim sendo, pode-se questionar o direito que os norte-americanos têm de atacar o Iraque, mas não com a alegação que estão “tentando derrubar o que criaram”.



Na verdade, o que existe é uma sistemática mania da mídia em esconder ou minimizar tudo que a URSS fez, como, por exemplo, armar um regime como o de Saddam Hussein. O mesmo ocorre em relação à França e o Brasil, que também forneceram considerável quantidade de armas ao Iraque, e, assim como os soviéticos, raramente são condenados por isso na mídia. Daí tanta relutância dos norte-americanos, quando um brasileiro ocupa a direção de um órgão na ONU que é encarregado justamente de fiscalizar o Iraque.



Para abafar essa desagradável relação do Brasil e de vários “amigos ideológicos” com o fortalecimento do poderio bélico de um ditador como Saddam, é preferível, de forma equivocada (para não dizer desonesta) afirmar que quem armou o regime iraquiano foram os norte-americanos, quando é possível verificar perfeitamente que as armas utilizadas pelo Iraque são, em sua maior parte, de fabricação russa e chinesa. Se ao menos a mídia afirmasse que “o Ocidente armou o Iraque”, estaria errando menos, mas não. É sempre a mesma história: os Estados Unidos, única e exclusivamente, armaram o Iraque.



Talvez isso ajude a explicar porque a Rússia e a China relutam tanto em aceitar a queda de Saddam Hussein, velho cliente e amigo, pois quem garante que tirando do trono o atual ditador, o novo líder do país vai continuar adquirindo material dos fornecedores antigos?



E para confirmar as informações contidas neste artigo, não é necessário recorrer a nenhum “informante secreto”, ou a documentos surrupiados de arquivos do governo, ou a denúncias “anônimas” e outros truques que a esquerda brasileira adora. Simplesmente, basta pesquisar os jornais e revistas da época em que os fatos ocorreram. Mas pelo jeito, mais uma vez, vale a versão dos fatos, e não os fatos em si.



quarta-feira

Rádio CBN faz jornalismo à chinesa


por João Pedro Jacques



A Rádio CBN diz ser a rádio que "toca notícia", mas para conhecer o seu "hit parade" e o modo faccioso, quando não mentiroso, como este vem embalado é preciso escutá-la.



Na quinta-feira, dia 19 de setembro, a Rádio CBN publicou na seção Internacional a matéria "Disputa entre donos de lanchonetes leva ao envenenamento de 400 pessoas e causa indignação na China" por Guilherme Corte, correspondente da CBN na China (confira em www.cbn.com.br).



Segundo o Sr. Corte nos conta, um dono de lanchonete em Nanquim teria colocado veneno de rato na farinha da loja do concorrente, o que teria ocasionado o envenenamento de 400 pessoas e causado indignação entre a população. E também de acordo com o Sr. Corte a causa disto seria a concorrência desenfreada proveniente da economia de mercado, característica peculiar ao "capitalismo selvagem".



Vejo aqui duas hipóteses. A primeira é que talvez o Sr. Corte viva na China comunista há tanto tempo, que acabou por assumir inconscientemente o discurso oficial do partido. A Revolução Cultural moldou sua mente de tal forma que ele não percebe mais estar mentindo de forma obscena. Pois que, fosse a causa deste episódio a concorrência promovida pelo capitalismo liberal, veríamos com freqüência nos EUA, a economia mais livre do planeta, algum acionista do Burger King envenenando a farinha do McDonald's e vice-versa.



A segunda hipótese, é que talvez o Sr. Corte, como muitos outros correspondentes, não apure os dados, não verifique os fatos e não está nem aí para o ouvinte. Ele apenas reproduz uma matéria panfletária de algum periódico oficial do governo chinês e, no instante em que não questiona a veracidade de um argumento de tão baixo nível, subscreve a agenda do comunismo totalitário em prejuízo da verdade e do público aqui no Brasil.



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O Globo: Ecos de Bagdá

por João Pedro Jacques



O correspondente d'O Globo em Washignton, José Meirelles Passos, afirma em seu artigo "EUA já têm planos para óleo do Iraque", publicado na seção O Mundo em 24 de setembro, que a guerra a ser deflagrada pelos EUA contra o Iraque, para impedir que o último utilize armas de destruição maciça ou as transfira a grupos terroristas, é apenas uma "justificativa de fachada".



O verdadeiro motivo para haver uma guerra é o controle das reservas de petróleo do Iraque. Neste momento, aponto para o fato de que isto não foi considerado pelo jornalista como uma hipótese, ou uma tese passível de ser confrontada com uma antítese. Foi uma matéria apresentada como verdade. Eu não havia percebido que era tão fácil transmutar-se de jornalista para historiador da História do que ainda não aconteceu!



Poucos dias antes, foi publicada no New York Times (www.nytimes.com), o jornal que as esquerdas gostam no país que elas odeiam, no dia 20 de setembro na seção International, a matéria "Hussein Says Bush Wants to Control Mideast Oil", por Julia Preston. Este texto relata que o presidente do Iraque, Saddam Hussein, enviou à ONU no dia 19 de setembro uma carta em que afirma que os EUA querem destruir seu país para controlar o petróleo do Oriente Médio.



Ora, que o sr. Hussein diga de cara limpa uma coisa dessas não pode surpreender ninguém. Ele está cumprindo seu papel ao defender seus interesses, seu regime e até mesmo sua vida. Quem não cumpre seu justo papel é o sr. Meirelles Passos, jornalista d'O Globo.



Para travestir de verdade um palpite tendencioso, ele reporta sem mencionar datas, lugares ou pessoas, que o governo americano, juntamente com grandes companhias de petróleo, negocia com o grupo dissidente Congresso Nacional Iraquiano, uma futura partilha das reservas petrolíferas do Iraque. Isto seria a prova incontestável da finalidade última da tão antecipada guerra.



Pois bem, representantes de seis grupos dissidentes do governo de Bagdá se reuniram dia 9 de agosto em Washington com membros do Pentágono e do Departamento de Estado dos EUA. Ao final do encontro um porta-voz dos grupos dissidentes declarou que foi discutido o estabelecimento de um governo democrático e pluralista após a provável derrubada do atual regime ditatorial iraquiano (confira em www.cnn.com/2002/US/08/09/iraq.dissidents/index.html).



Logo, cabe ao sr. Meirelles Passos abandonar os papéis de porta-voz de Saddam Hussein e de futurólogo, restringir-se ao jornalismo e explicar aos leitores quais as fontes daquilo que, se não for um furo de reportagem, é mais uma "notícia" furada. E, mesmo que a questão do petróleo tenha em algum momento sido discutida, por que seria esta a exclusiva motivação por trás de uma possível guerra? Somente pelo fato de haver planos para este setor? Como está demonstrado, planos para a democracia e a pluralidade política foram discutidos, mas na cabeça feita do Sr. Meirelles Passos estes motivos não são bons o bastante.


Brasil à beira do abismo? Neo-Lula, sugestão coletiva e cubanização

Por Armando Valladares, ex-preso político cubano, autor do livro “Contra toda esperança”, ex-embaixador norte-americano na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, durante as administrações Reagan e Bush.


Se em outubro próximo, no gigantesco Brasil, o candidato pró-castrista Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), vencer as eleições presidenciais, várias nações do continente serão provavelmente arrastadas para a esquerda e a sanguinária ditadura comunista de Cuba verá prolongado seus nefastos dias.


Não sou eu quem afirma; é o próprio Sr. Lula que confessa esses tristes presságios.


Em Havana, em dezembro de 2001, durante a 10ª reunião do Foro de São Paulo (FSP), junto aos chefes narco-guerrilheiros colombianos Rodolfo González (FARC) e Ramiro Vargas (ELN) e à mais de 300 líderes comunistas do continente, o dirigente brasileiro rendeu uma incrível homenagem ao ditador Castro: “Embora o seu rosto esteja marcado por rugas, Fidel, sua alma continua limpa porque você nunca traiu os interesses de seu povo”, “obrigado, Fidel, obrigado por vocês existirem”.


O objeto de tão efusivo agradecimento foi o tirano que mantém na mais completa miséria e escravização, a sangue e fogo, 12 milhões de meus irmãos, há mais de 40 anos; o mesmo tirano que é, confessadamente, o responsável direto pela subversão que assolou a América Latina na década de 70, inclusive no Brasil, fazendo milhares de vítimas inocentes.


Depois de elogiar as supostas “conquistas sociais” da revolução (educação e saúde que, na realidade, são usadas como eficazes instrumentos de controle de repressão psico-ideológica da população), Lula convocou a “esquerda latino-americana e caribenha” a proteger, “de maneira unida”, Cuba comunista. Parafraseando o conhecido refrão, poderia afirmar: dize-me com quem andas, a quem elogias e a quem pretendes ajudar, e te direi quem és.


Me permito recordar que o FSP é uma coalizão de grupos revolucionários latino-americanos, fundado por Lula e Fidel Castro em 1990, para salvar do naufrágio as esquerdas latino-americanas, desmoralizadas ante a derrocada do império soviético.


Do inferno cubano, no qual parecia sentir-se como se estivesse no céu, o Sr. Lula da Silva partiu para a Venezuela para articular alianças com seu amigo, o presidente Chávez. “Ele pensa o que eu penso”, declarou, ressaltando as numerosas afinidades que o unem ao também pró-castrista presidente da Venezuela. Qualquer semelhança com o eixo Castro-Lula-Chávez, que poderá levar à cubanização do continente, denunciado recentemente pelo Profº Constantine Menges, pesquisador do Hudson Institute, não é mera coincidência.



Em Brasília, em junho deste ano, durante uma sessão conjunta das comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado, Lula reiterou sua determinação, no caso de ser eleito presidente, de envidar todos os esforços para terminar com o que ele considera uma injusta “exclusão” de Cuba comunista da comunidade interamericana, defendeu a necessidade de “incluí-la” até na Alca.


Em Passo Fundo, perto da fronteira com Argentina e Uruguai, no começo de setembro, Lula confessou que, com sua eventual vitória, espera desencadear um “efeito dominó” na região: “Uma vitória nossa muda muita coisa na região, repercute na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e na Colômbia”. As ambições da política externa lulista não terminam na América do Sul. Há três anos o PT restabeleceu relações com o Partido Comunista da China e em maio de 2001 se concretizou uma viagem do Sr. Lula, junto com uma importante comitiva, ao tal país comunista. Aloisio Mercadante, secretário de Relações Internacionais do PT, dirigente do FSP, organizador das viagens internacionais de Lula e provável futuro chanceler, explicou na ocasião que alianças com China, Rússia e Índia são “importantes”, para dar força a uma possível coalizão anti-norteamericana. Lula, em sua referida visita ao Congresso brasileiro, reafirmou a determinação de aprofundar esses vínculos.


No começo de fevereiro de 2002, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), compareceu ao 2º Fórum Social Mundial (FSM), efetuado em Porto Alegre, no sul do Brasil. Durante o seminário “Um outro Brasil é possível”, em discurso diante dos dirigentes máximos de seu agrupamento e de milhares de militantes, Lula traçou a nova estratégia que poderá permitir ao PT, depois de tantas tentativas frustradas, tomar o poder pela via eleitoral. Retomando sua intervenção na 10ª Assembléia Anual do FSP, em Havana, o dirigente petista reconheceu que tais “fracassos eleitorais” se produziram porque “às vezes a esquerda faz um jogo que nem sempre é o mais conveniente”, apresentando imprudentemente ante o público brasileiro um perfil “muito radical”. Tal defeito estratégico afetaria, segundo Lula, “99% das pessoas que participam do 2º FSM”, e fez um chamado urgente a corrigí-lo. O dirigente se limitou a criticar os meios táticos utilizados até então, porém de nenhuma maneira renegou as metas ou fins das esquerdas, que em geral continuam com o mesmo radicalismo.


O semanário brasileiro “Veja”, em sua última edição, recorda que em uma reunião recente com representantes do também pró-castrista Movimento Sem Terra (MST), “Lula lhes pediu que entendessem a atual moderação de seus discursos, como uma necessidade de campanha”, porque “o negócio, avisou, é ganhar a eleição”. Em continuação, a revista pergunta: “Três meses de campanha moderada, anulam duas décadas de história?”


Tudo foi publicado anteriormente e difundido pelas agências internacionais; todavia, não tem sido obstáculo para que Lula, mediante prodígios publicitários, se tenha metamorfoseado em um neo-Lula, com uma aparência a tal ponto moderada que seu slogan poderia despertar inveja nos militantes pacifistas: “Lulinha paz e amor”...



Influenciados por tais prestidigitações, não falta quem creia que Lula realmente mudou. Entretanto, suas opiniões sobre o sistema comunista de Cuba e seu velho ditador, funcionam como um teste e mostram que os sonhos revolucionários do neo-Lula não diferem dos do Lula de sempre. Se este realmente houvesse mudado, não teria a obrigação moral de pedir publicamente perdão por haver apoiado, até há pouco tempo, a revolução comunista de Cuba e seu cruel ditador? O neo-Lula, para ser credível, deveria “queimar o que adorou e adorar o que queimou”, se me permitem parafrasear São Remígio, dirigindo-se ao neo-cristão Clodoveo, rei de França.


Porém o neo-Lula não parece estar disposto a seguir os passos de Clodoveo, queimando o que adorou, limitando-se a “maquiar” o que continua adorando.


Muitos no Brasil, na América Latina e no mundo têm legítimas desconfianças sobre essa súbita “moderação” do neo-Lula. Todavia, se a lógica indica um preocupante diagnóstico, a imagem publicitária do neo-Lula tem feito com que outros setores estejam se deixando levar pelas aparências, em um curioso fenômeno que parece ter algo de sugestão coletiva, e que os especialistas em psicologia social poderão examinar com maior propriedade.


Similares fenômenos paralizantes do raciocínio, anestesiantes da sensibilidade e até do próprio instinto de conservação, não estão alijados em momentos prévios de revoluções paradigmáticas da História, como a revolução francesa, a revolução russa e a própria revolução cubana, fenômeno este que conheci muito de perto. Ainda antes que o futuro ditador e seus seguidores começassem a descer de Sierra Maestra – com medalhinhas da Virgem e rosários no pescoço –, Cuba foi sendo preparada para a capitulação mediante um processo psicológico de dissolução das prevenções e das barreiras de horror em relação a líderes revolucionários, sobre os quais havia indícios de que defendiam posições comunistas. Esse processo singular afetou inclusive membros das elites agrícolas, industriais e até militares que passaram a aderir a quem prontamente se transformaria em seu verdugo. Em que medida algo similar está ocorrendo no Brasil, os próprios brasileiros são os mais indicados para corroborá-lo ou negá-lo.


Tentei centralizar minha análise nas consequências externas de uma eventual vitória do Sr. Lula e de sua coalizão de esquerda. De maneira nenhuma desejaria que se interpretassem estas reflexões como uma forma de interferência nos assuntos internos desse gigante chamado Brasil, também denominado Terra de Santa Cruz. Para esta providencial nação desejo o melhor, porque isso é o que merece seu povo majoritariamente católico, inteligente, engenhoso, alegre e bondoso; porém, além disso, porque o desfecho eleitoral, que ocorrerá dentro de poucos dias, poderá mudar a história da América e do mundo. Isto tampouco sou eu que digo. Quem expressou isso foi o Sr. José Dirceu, atual presidente do Partido dos Trabalhadores, que na década de 70 recebeu treinamento guerrilheiro em Cuba: o desafio do PT é “governar o Brasil para mudar o mundo”. Que Deus não o permita.


terça-feira

ESTRÉIA HOJE A COLUNA DO PROFESSOR PAULO DINIZ EM OFFMIDIA. ACOMPANHE O ARTIGO INAUGURAL ENTRE ESTA TERÇA E QUINTA-FEIRA.


A FALÁCIA DO MOMENTO NA MÍDIA: ESTADOS UNIDOS ARMARAM O IRAQUE. SERÁ MESMO? (PARTE 1)


Paulo Diniz


Professor de História


paulodinizz@hotmail.com



Desde os trágicos ataques terroristas cometidos em 11 de setembro de 2001, um sem-número de análise já foram feitas sobre os motivos e as conseqüências dos atentados. Imediatamente após o episódio, contudo, um detalhe chamou a atenção: a confusa abordagem da mídia sobre as variáveis envolvidas no episódio.



Além de um imenso espaço dado a manifestações de políticos, artistas, jornalistas e professores ligados a partidos de esquerda, ou simpatizantes da esquerda, que desfilaram seus recalques, preconceitos e fetiches contra os Estados Unidos no dia seguinte do criminoso ataque, foi possível perceber que muitos dos “analistas” entrevistados transmitiam informações completamente equivocadas ou faziam prognósticos absurdos sobre os desdobramentos do ataque. Por exemplo: quem não ouviu, pelo menos uma vez, alguns dos “especialistas” afirmar que se os norte-americanos atacassem o Afeganistão, “sofreriam um novo Vietnã”? Outros “analistas” logo lembraram da longa e sangrenta guerra que os soviéticos mantiveram contra a guerrilha afegã durante os anos 80, e que havia custado uma grave derrota à URSS, e afirmando que os norte-americanos sofreriam destino idêntico.



Claro, quase ninguém se preocupou em lembrar as imensas diferenças existentes entre as circunstâncias que envolveram tanto o conflito no Vietnã quanto a invasão soviética do Afeganistão, e uma intervenção dos norte-americanos no território afegão.



Como os fatos mostraram posteriormente, a mídia “especializada” errou grosseiramente, pois os norte-americanos, apoiados num formidável poderio que a URSS nunca teve condições de colocar em campo, conseguiram em poucas semanas fazer o que os russos tentaram durante uma década inteira, e derrotaram a guerrilha afegã, que não era nem sombra dos temíveis rebeldes da década de 1980, a não ser, é claro, nos sonhos da mídia antiamericana, que, aliá, nunca havia prestado atenção ao Afeganistão quando eram os soviéticos que estavam por lá, praticando um dos seus notórios genocídios.



Mas, pelo jeito, a mídia não aprende com os erros, voltando sempre a cometê-los de forma grosseira e previsível, talvez em virtude do atual estado de radicalismo ideológico em que muitos órgãos de imprensa se encontram no país, onde o antiamericanismo militante está na ordem do dia. Assim, uma das afirmações que estão sendo repetidas com mais insistência, desde que o Iraque voltou a figurar na mira de um possível ataque dos Estados Unidos, é que “os EUA armaram e financiaram o governo de Saddam Hussein”.



Mas será mesmo que essa afirmação corresponde à verdade dos fatos? Ou até que ponto é mais um dos desejos antiamericanos da esquerda brasileira encontrando eco nos órgãos de comunicação nacionais?



Uma breve olhada nos jornais da época em que a guerra entre o Irã e o Iraque estava no auge (1985-87), e que foi o período em que Saddam Hussein montou a sua formidável máquina bélica, torna no mínimo duvidosa a afirmação de que eram os norte-americanos que armavam o exército iraquiano.



Numa ampla reportagem do jornal francês L’Express (reproduzida na edição de 10/05/1987 do jornal O Estado de S. Paulo), o jornalista Yves Stravridès fazia uma profunda análise do mercado bélico em torno da guerra travada entre Irã e Iraque.



Na ocasião o conflito se arrastava por mais de seis anos, e o Iraque já havia gasto 40 bilhões de dólares na compra de armamentos. A mesma reportagem deixava bem claro que, no tocante aos armamentos utilizados pelos Iraque “os grandes fornecedores são a União Soviética, a França e o Brasil”. O centro de negociações para compra de armamentos era o hotel Palestine Méridien, em Bagdá, onde acordos eram fechados, referentes ao fornecimento de mísseis Sam e Exocet, caças Mig-23, helicópteros Superpuma, carros blindados Cascavel, aviões de treinamento Tucano, ou seja, todos armamentos soviéticos, franceses e brasileiros.



Além de informar quem eram os fornecedores de armas do regime iraquiano, o jornalista também deixava bem claro quem era o principal fornecedor de material bélico do Irã: o Bloco Oriental. Logo após a deposição do Xá Reza Pahlevi, em 1979, os soviéticos mantiveram a entrega de 600 milhões de dólares em armas ao Irã, e em julho de 1981, assinaram um acordo militar com Teerã, onde ficava estipulado o fornecimento de armas e equipamentos via Checoslováquia, Alemanha Oriental, Coréia do Norte, Síria e Líbia, além do fornecimento de assessores soviéticos que cuidariam da manutenção das armas e do treinamento de milicianos iranianos.



Após um período de turbulência nas relações entre os soviéticos e iranianos em 1983 (quando as relações entre Irã e URSS estiveram suspensas) em 1984 o fornecimento de armas soviéticas ao Irã foi reiniciado, dessa vez incluindo blindados, baterias antiaéreas, peças de artilharia de 122 mm e 130 mm, morteiros, e grande quantidade de mísseis terra-terra Scud B. Mas como os soviéticos também eram o maior fornecedor de armas ao Iraque, a tarefa de entregar armamento ao Irã era feita através da Síria, Líbia e principalmente Coréia do Norte, que fornecia cerca de 40% das armas compradas pelo Irã, sobretudo carros de combate T-54/T-55.



Nesse imenso negócio não poderia faltar a presença chinesa, cujos armamentos, quase todos cópias de armas soviéticas, são conhecidos pelos baixos custos em relação aos originais. Assim como os russos, os chineses eram um tradicional fornecedor de armas ao Iraque, mas que desde o ano de 1983, haviam começado a fornecer armas também ao Irã (via Coréia do Norte), num negócio que teria chegado, entre os anos de 1980 e 1985, a soma de 2 bilhões e meio de dólares com o Irã, e 1 bilhão de dólares com o Iraque.



Quanto aos norte-americanos, é inegável que torciam para que o Iraque equilibrasse a luta contra o Irã, e, segundo consta, teriam passado fotos de satélites aos iraquianos, contendo posições das tropas iranianas. (Washington Post, dezembro 1986). Mas daí afirmar que os norte-americanos criaram a imensa máquina bélica que os iraquianos montaram ao longo dos anos 80, há uma distância muito grande.



Ao contrário disso, a maior participação dos norte-americanos no conflito teria ocorrido durante os anos de 1985-86, quando armas teriam sido fornecidas aos iranianos em troca da libertação de reféns norte-americanos no Líbano, mantidos em poder de terroristas pró-Irã, além da entrega, aos EUA, de armas soviéticas capturadas durante os combates contra o Iraque. (New York Times. 28/11/1986)
Assim, se alguém foi armado pelos EUA, foi o Irã, e de forma quase sempre indireta, muitas vezes por meio da liberação de armas que já haviam sido compradas desde os tempos do Xá, ou de negociantes internacionais de armas, que revendiam aos iranianos armas norte-americanas capturadas em conflitos como a guerra do Vietnã (L’Express, op. cit).



continua amanhã


segunda-feira

OFFMIDIA publica abaixo texto do pesquisador Gregório Vivanco Lopes sobre a participação da CNBB no apoio ao MST em saques e em invasões de terra. Notem que a Pastoral da Terra já não se limita a formalizar sua ajuda aos objetivos do MST e já escancara sua participação ativa ao lado dos sem-terra inclusive em atos criminosos, como o citado a seguir no Paraná.


CNBB tenta arrancar apoio popular para os sem-terra



No momento em que o MST torna claros seus planos de tomada do poder no Brasil para impor um regime marxista, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pede ao público que apoie os sem-terra. Como se vê, a Teologia da Libertação -- embora o Vaticano tenha denunciado seu cunho marxista -- continua a ser o motor da "esquerda católica" no Brasil.



Conhecedores de que o povo católico é em sua grande maioria contrário ao movimento de invasões da propriedade alheia e sobretudo contrário à violência e ao comunismo, os Bispos dirigentes da CNBB fizeram um "veemente apelo" ao povo brasileiro para que "realize significativos gestos de solidariedade" em favor dos que chamam de "irmãos sem-terra".



Não se conformando com a falta de apoio popular à causa dos sem-terra, a CNBB chama a população para uma mobilização geral: o povo "precisa mobilizar-se para implantar condições suficientes que permitam a construção de uma nação socialmente justa". E mais: "Incentivamos todos os que estão positivamente comprometidos com essa causa".



A nota, intitulada "O Clamor que vem do campo", mostra ainda um indisfarçável desagrado com o fato de os invasores terem sido despejados de numerosas fazendas que ocupavam ilegalmente no Paraná. E acusa o governador do Estado de conivência em relação às torturas e outros tipos de violência contra os sem-terra.



O comunicado pede ainda uma Reforma Agrária "ampla e integral" e foi divulgado pelo próprio presidente da CNBB, D. Jayme Chemello. Aliás, a Pastoral da Terra já vai aplicando esses princípios. Entre os sem-terra que saquearam três caminhões em Porto Feliz (SP), em fins de maio, encontrava-se o professor de sociologia, Marcelo Buzzeto. Ele trabalha na Pastoral da Terra em São Paulo e dá aulas na Universidade Bandeirante (Uniban), de São Bernardo do Campo.



O motorista de um dos caminhões saqueados reconheceu o professor como sendo um dos integrantes do grupo que o ameaçou com facões. Convém lembrar que o Papa João Paulo II já se pronunciou contra as invasões de terra.




Gregório Vivanco Lopes