sábado

A força do bate-papo

Paulo Leite, de Washington DC - Vários motivos podem ser apontados como responsáveis pela vitória obtida por George W. Bush e o partido Republicano nas eleições de meio de mandato em 5 de novembro. Os analistas políticos de todas as tendências já gastaram milhões de litros de tinta discutindo esses motivos em jornais e revistas de todo o país e do resto do mundo. Mas um motivo pra lá de importante tem sido pouco analisado: a influência do rádio, mais especificamente do talk-radio, o segmento da mídia eletrônica que mais tem crescido em popularidade nos últimos tempos.

Há uns vinte anos, com os ouvintes todos se bandeando para o FM, o rádio AM norte-americano era visto como um paciente terminal, a caminho da extinção. Afinal, quem queria ouvir música numa estação com som ruim e cheio de estática? Algumas emissoras AM conseguiam manter-se em evidência dedicando-se ao jornalismo, mas uma boa emissora de notícias exige uma equipe razoavelmente grande e, por isso mesmo, cara. O ideal era encontrar uma forma de programação barata e atraente. Inicialmente usado como um fórum para a discussão de assuntos locais, o talk-radio, ou “rádio bate-papo”, que exigia pouco mais que um apresentador e algumas linhas telefônicas foi a solução.

Mas o que colocou o talk-radio em evidência foi a estréia nacional do programa de Rush Limbaugh. Apresentador de sucesso numa emissora de Sacramento, capital da Califórnia, Rush apostou num programa nacional em 1988. Tendo como tema a política e apresentando como novidade uma filosofia desavergonhadamente conservadora, Rush explodiu. Em poucos anos, seu programa passou a ser ouvido em todos os cantos dos Estados Unidos, tendo hoje em dia aproximadamente uns 20 milhões de ouvintes todos os dias. Mais importante, o sucesso de Rush Limbaugh abriu caminho para dezenas de outros apresentadores, em sua maioria conservadores. Os apresentadores liberais (a esquerda daqui) podem ser contados nos dedos de uma das mãos, e ainda vão sobrar dedos.

Shows como os de Sean Hannity, Glenn Beck, Michael Savage, Hugh Hewitt, Laura Ingraham e muitos outros são um oásis conservador em meio ao esquerdismo dominante nas emissoras noticiosas de rádio, TV aberta e TV a cabo (com exceção da Fox News, de tendência moderada/conservadora). Sua influência sobre o eleitorado não pode mais ser minimizada. Graças a esses programas, políticos, comentaristas e escritores conservadores encontram espaço para divulgar suas idéias. Os mitos e meias-verdades da esquerda são expostos, e as informações distorcidas pelo viés esquerdista da grande mídia são passadas a limpo.

A força do talk-radio não passou despercebida para o governo americano. Algumas semanas antes das eleições, Bush convidou apresentadores locais e nacionais para transmitirem seus programas diretamente da Casa Branca. As “estrelas” do governo, como o vice-presidente Dick Cheney, o secretário Colin Powell, a assessora Condoleezza Rice, o ministro da Justiça John Ashcroft e muitos outros puderam, sem grande esforço, participar de dezenas de programas num mesmo dia.

E só para confirmar a influência do talk-radio nas últimas eleições, a rede de TV NBC convidou para comentar a chamada “marcha das apurações” na noite do dia 5, ninguém mais, ninguém menos que... Rush Limbaugh.


sexta-feira

1964


Nota do Editor - A vinda ao Brasil do ex-embaixador Lincoln Gordon, para o lançamento aqui de suas memórias, dá oportunidade para que a mídia controlada pela esquerda volte a desinformar sobre os acontecimentos de abril de 1964. O texto abaixo, que esclarece o tema, foi produzido pelo TERNUMA - Regional Brasília (www.ternuma.com.br):

Ao longo dessas últimas décadas a esquerda brasileira tem acusado os Estados Unidos da América de, em conluio com nossas Forças Armadas, participar, ativamente, do Movimento Militar que depôs o presidente João Goulart. Na mídia, nas escolas, em livros didáticos, em pichações e em panfletos a nação americana é acusada de ter tramado, apoiado e subsidiado o “golpe militar de 1964”, por intermédio da CIA. Durante os chamados “anos de chumbo”, prédios, lojas, estabelecimentos de ensino, enfim, tudo o que representasse os Estados Unidos passou a ser odiado e, inclusive, sendo alvo de atos terroristas as representações diplomáticas, propriedades e até mesmo cidadãos americanos residentes em nosso país. Entre estes atos podemos destacar:

- A explosão de uma bomba no Consulado Americano, em São Paulo, em 15/03/1968, que feriu duas pessoas;

- O ataque a tiros à Embaixada do Estados Unidos, no Rio de Janeiro, por desconhecidos, no dia 21/06/1968. Esse dia ficou conhecido como “a sexta feira sangrenta”;

- O assassinato do capitão do Exército dos Estados Unidos, Charles Rodney Chandler, em 12/10/1968, que cursava uma Faculdade em São Paulo, determinado por um “Tribunal Revolucionário” da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), sob a acusação de que era agente da CIA;

- O seqüestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em 04/09/1969, no Rio de Janeiro, pelas organizações terroristas Ação Libertadora Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR8); e

- A tentativa de seqüestro do cônsul americano Curtis Carly Cutter, em 04/04/1970, em Porto Alegre, pela VPR.

Hoje, está provado que a versão da participação dos norte- americanos na Contra-Revolução de 1964 foi consolidada, por meio de documentos forjados pela espionagem tcheca que, em 1964, atuava pela KGB no Brasil. Esta escandalosa mentira, chamada de “Operação Thomas Mann”, foi montada por Ladislav Bittman, que chefiava o serviço secreto de desinformação, da Tchecoslováquia.
Em fevereiro de 1965, Bittman veio ao Brasil inspecionar as fases iniciais da “Operação Thomas Mann”. Essa operação levou este nome porque Thomas Mann era o Secretário Adjunto dos Estados Unidos e o objetivo do Serviço Secreto Tcheco era “provar”, com documentos falsos, que, por influência de Thomas Mann, a política externa americana para a América Latina tinha sofrido um “grande endurecimento”, após a morte do presidente John F. Kennedy.

O Ocidente tomou conhecimento desses dados em 1985, pelo próprio Ladislav Bittman, no livro “The KGB And Soviet Disinformation”, publicado em Washington. Bittman em seu livro declara: “queríamos criar a impressão que os Estados Unidos estavam forçando a Organização dos Estados Americanos (OEA) a tomar uma posição mais anticomunista, enquanto a CIA planejava golpes contra os regimes do Chile, Uruguai, Brasil, México e Cuba” (...) “A Operação foi projetada para criar no público latino-americano uma prevenção contra a política linha dura americana, incitar demonstrações mais intensas de sentimentos antiamericanos e rotular a CIA como notória perpetradora de intrigas antidemocráticas”.

A operação Thomas Mann dependia de canais anônimos para disseminar uma série de documentos falsos. A primeira falsificação, um “press release” da Agência de Informações dos Estados Unidos, na cidade do Rio de Janeiro, continha os principais fundamentos da “nova política externa americana”. O falso release foi mimeografado e distribuído em meados de fevereiro de 1964, numa simulação de envelope da Agência de Informações e difundida para a imprensa brasileira e alguns políticos selecionados. Em 27/02/64, a falsificação aparece no jornal “O Semanário” com a manchete: “Mann determina linha dura para os EUA: nós não somos mascates para negociarem conosco”.

A segunda falsificação foi uma série de circulares, publicadas em nome de uma fictícia organização chamada de “Comitê para a Luta Contra o Imperialismo Ianque”. Essa falsa organização tinha por objetivo principal alertar o público latino- americano a respeito da existência de centenas de agentes da CIA, do DOD e do FBI, passando-se por diplomatas. A terceira falsificação ocorreu em julho de 1964, quando a América Latina recebeu a “prova adicional” das atividades subversivas americanas, na forma de duas cartas forjadas, supostamente assinadas por J.Edgar Hoover. Ambas estavam endereçadas a Thomas Brady, um funcionário do FBI.

A primeira com uma data falsa, dando a idéia de ter sido escrita em 02/01/1961, era uma mensagem de parabéns, pelo aniversário de 20 anos de serviço de Brady no FBI. Seu objetivo era autenticar uma segunda carta, datada de 15/04/1964, também para Brady, com assinatura decalcada de J. Edgar Hoover. Nessa mensagem Hoover cumprimenta Brady pelo sucesso de uma determinada “Operação”, que, pelo contexto, qualquer leitor, imediatamente, associa ao “golpe” que derrubou João Goulart.

quinta-feira

CANAL FOX NEWS: UMA “LUZ NO FIM DO TÚNEL”

Paulo Diniz - Enquanto as atividades do “picadeiro” em que grande parte dos meios de comunicação nacionais transformaram seus noticiários prosseguem febrilmente, dando destaque para políticos totalitários de esquerda, fazendo propaganda antiamericana e pró-Iraquiana, por exemplo, um fato de imensa importância para a mídia no Brasil ocorreu neste mês de novembro de forma praticamente despercebida.



A Sky, TV via satélite paga ligada ao grupo Globo Cabo, lançou na sua grade de programação o canal de notícias Fox News. Esse fato é um autêntico “milagre”, pois o canal Fox de notícias representa atualmente nos Estados Unidos, um dos principais instrumentos de denúncias contra as falsificações esquerdistas criadas na grande mídia internacional, e que são a base das informações reproduzidas pela imprensa brasileira.



Além de representar a principal emissora a cabo na área de jornalismo nos Estados Unidos, a Fox concede espaços para opiniões discordantes do “politicamente correto” dominante, que norteiam o noticiário nacional, e que guiam as atividades de inúmeras “ONGs” que agem no Brasil.



Ao contrário do que muitos desavisados possam pensar, é a Fox, e não a CNN (apelidada de Clinton News Network), que lidera o segmento de informações nos Estados Unidos. A CNN, que há muito tempo pauta sua linha pelo esquerdismo pró-democrata, e apoio aberto ou velado a Fidel Castro e movimentos terroristas como as FARC, têm a metade da audiência da Fox, o que por si só demonstra como o canal de Ted Turner perdeu a credibilidade.



Pelo menos por enquanto, o canal Fox será apenas em inglês, mas a tendência é que logo tenha sua versão em espanhol. Mas mesmo assim, já é um avanço e tanto, especialmente se considerarmos o fato de que a programação da Sky, há algum tempo, está se tornando insuportavelmente esquerdista, tendenciosa e antiamericana.



Quem sabe, agora, muitos telespectadores brasileiros tenham acesso a várias informações sonegadas ou deturpadas durante anos, pela mídia esquerdista brasileira, com a colaboração dos “bons burgueses” da CNN, sempre preocupados com “fantasmas” dos regimes militares latino-americanos, ou em denunciar “conspirações de extrema-direita” e outras fantasias, sem nunca dedicarem atenção ao terrorismo esquerdista que age no continente, ou às atividades de ditadores como Fidel Castro e Hugo Chávez, essas sim, ameaças bem reais e presentes para o futuro da região.



Resta torcer para que esse significativo acontecimento sirva de exemplo também para a mídia escrita, facilitando a edição em português não apenas de livros esquerdistas, mas também de autores liberais, conservadores, com títulos que mostrem toda a face do comunismo, socialismo, do “politicamente correto”, permitindo ao público pensar sobre as realidades do mundo sob outros pontos de vista.



Além disso, a abertura para a mídia liberal pode representar a conquista de espaços para articulistas e jornalistas que não pautam seu trabalho apenas pelo servilismo aos desígnios esquerdistas dominantes em toda a mídia nacional, que impedem a obtenção de informações sobre inúmeros assuntos, a formação de opiniões, enfim, o debate e o pensamento verdadeiramente democráticos, e não esse arremedo de liberdade de expressão em que o Brasil se encontra.



Vamos aguardar.

quarta-feira

Boas e Más Idéias


Paulo Leite, de Washington DC - Como dizia o filósofo político norte-americano Richard Weaver, "idéias têm consequências". Está aí uma frase simples que eu gostaria que a equipe do futuro governo brasileiro tivesse em mente ao começar a por em prática seu plano de trabalho.

Numa campanha eleitoral, tudo o que existe são idéias. Se os eleitores as consideram boas idéias, o candidato que as proferiu é eleito. Como sabemos, porém, o problema começa quando as idéias deixam os discursos, debates e palanques e se transformam em leis, decretos e portarias. Ou - ainda pior - quando são incorporadas à Constituição.

Recentemente, li um livro que gostaria também de recomendar ao futuro presidente e sua equipe: "The Burden of Bad Ideas" (A Carga Pesada das Más Idéias), da jornalista Heather Mac Donald, publicado em 2000 pela editora Ivan R. Dee. Nele, Mac Donald mostra como boas intenções, em matéria de política, podem acabar como custosos programas que geram consequências as mais imprevistas.

Heather mostra, por exemplo, que a cidade de Nova Iorque gasta mais do que qualquer outra cidade norte-americana em "welfare". Em nenhuma outra cidade dos Estados Unidos existe uma "rede de proteção" mais desenvolvida. O resultado? Níveis cada vez mais altos de gente vivendo abaixo da chamada "linha de pobreza", destruição do equilíbrio social, da responsabilidade dos pais e das redes de apoio mais tradicionais como família, amigos ou Igreja.

Seria recomendável que nosso futuro governante tivesse olhos bem abertos para as experiências que já não funcionaram em outros países. Querer ajudar aos que pouco ou nada têm é louvável e compreensível no caso do Brasil, onde a miséria é algo com que todos têm que conviver diariamente. Mas é preciso fugir das soluções fáceis e rápidas, que geram dividendos políticos imediatos, mas deixam uma imensa conta a ser paga por futuras gerações de miseráveis.

Eu sei que a filosofia defendida pelos grandes filantropos do início do século passado é hoje vista como irremediavelmente ultrapassada, mas vale lembrar o que uma vez disse Andrew Carnegie: "Eu não daria uma migalha de pão a um mendigo, mas construiria uma biblioteca para ele". A frase, que para muitos dos que tiveram a infelicidade de receber sua educação no Brasil dos últimos 20 anos pode parecer um disparate, revela um princípio que poderia ajudar o país a sair do buraco em que se meteu: é preciso ajudar as pessoas mais humildes a aprender como melhorar seu padrão de vida, a aspirar por algo mais em seu futuro, e não simplesmente dar dinheiro para que essas pessoas continuem exatamente da maneira que estão, no mesmo nível em que estão há anos.

Ajuda econômica para mães solteiras, cupons de alimentação, "ação afirmativa" para negros e outras minorias e muitos outros planos do gênero pareceram idéias excelentes para os norte-americanos na metade dos anos 60. O resultado dos planos da chamada "Grande Sociedade" de Lyndon Johnson, porém, estão até hoje sobrecarregando o contribuinte e criaram gerações inteiras que acreditam ser seu direito receber tudo de graça do governo, não importa quem esteja pagando a conta. Má idéia...



terça-feira

Europa, o Passado Condena (ou, no mínimo deveria!)

Milla Kette, Ohio - George Bush falou à nação norte-americana, pedindo ao Senado que agilize o Department of Homeland Security. Não vou perder tempo em discutir o fato de que os Democratas (que dominavam o Senado) estão aterrorizados pela possibilidade de perder os preciosos votos dos Sindicatos, caso votem pelo plano do presidente.



Durante a 2a Guerra Mundial, os EUA livraram o traseiro da Europa. Milhões de famílias americanas ficaram sem pais, irmãos, filhos, maridos; milhares de crianças não lembram ou nunca conheceram seus pais. Os EUA entregaram à Europa algo sem preço: as vidas de seus bravos cidadãos a fim de manter as dos pais, irmãos, filhos, maridos desses mesmos países que, hoje, ofendem-se à simples menção de envolvimento numa tentativa mundial de neutralizar um ditador!



Saddam Hussein, que matou milhares de curdos com gás mostarda em 1988, tem despistado os incompetentes inspetores da ONU por 10 anos seguidos, desrespeitou todas as resoluções da inepta ONU, premia com mais de U$20 mil as famílias dos homicidas homens-bomba palestinos, que mantém-se no poder por 30 anos –tem milhares de peaceniks em sua defesa, nesses mesmos países que tiveram o solo lavado com sangue Yank, para o bem de sua sobrevivência…



Antes disso, os EUA eram um país isolacionista. E Pearl Harbor poderia ter concentrado uma resposta dos EUA no Japão apenas. As bombas que, trágica mas eficazmente acalmaram a selvageria japonesa, poderiam ter sido o final da participação americana na Guerra –apesar dos EUA terem contribuído desde o início com a Inglaterra. O que teria ocorrido à Europa sem o sacrifício de milhões de soldados norte-americanos? Alguém tem alguma dúvida de que o mapa europeu seria completamente diferente? Hoje os americanos podem lutar e dar-se ao luxo de praticamente não apresentar baixas (1); e isso parece incomodar os peacniks. Ou seja, só é justo lutar contra tiranos sangünários se o lado do mocinho contabilizar pilhas de corpos!



Quando agora os EUA pretendem acabar com o reinado de terror de Saddam, a Europa (com exceção da Inglaterra), esses mesmos países que tanto se beneficiaram do auxílio americano, incompreensivelmente, erguem-se aos gritos de censura e discursos em favor de um ditador, e colocando-se contra o único país verdadeiramente democrático do planeta! Os EUA têm sido acusado de instigar uma guerra (e não Saddam, vejam bem!) por interesse econômico; mas o que mais, se não interesse econômico (para dar dois exemplos) movem a França –que compra petróleo iraquiano e vende seus produtos para esse país— e a Rússia –a quem o Iraque deve U$6 bilhões?!



Não há dúvida: guerra é uma coisa horrenda e deve ser evitada sempre. Mas que custo envolve não fazer a guerra e pregar amor a um louco varrido que, nas barbas do mundo todo, amealha equipamentos de destruição –do que já deu prova ao mundo? Que lógica há na paz, quando o ser humano deve dar-se à merce de um louco? Quem tiver uma resposta (racional), por favor, me envie. Vou aguardar, sentada numa confortável poltrona, com uma boa xícara de café bem quentinho, lendo “The Black Book of Communism”… Enquanto os peaceniks pensam, Carthago delenda est!



(1) A maioria das baixas no Vietnã foram decorrentes de acidentes. Na Guerra do Golfo, quase todas foram acidentes. Ver Afeganistão, por favor.



Presidente? Saddam Hussein?



AOL teve o displante de colocar on-line o seguinte texto, creio, baseando-se na eleição de candidato único, ocorrida no Iraque:



Legisladores Iraquianos Rejeitam Plano da ONU. - O Parlamento iraquiano rejeitou terça-feira o nova resolução da ONU, que exige que Bagdá obedeça o plano de desarmamento, mas (em rara concordância com os EUA), afirmou que o presidente Saddam Hussein tem a palavra final. Washington rotulou o voto como puro teatro, mas Saddam, que tem poder real no Iraque, terá até sexta-feira para aceitar ou encarar as “conseqüências sérias” do prazo da ONU. […].



Como é que é?! Legisladores? Presidente? No… Iraque? Esse texto indecente é, no mínimo, risível!



Milla Kette, exclusivo para o OFFMIDIA


Fantasia

Igor Taam - Do jeito que os debates nacionais vão, podemos fazer as seguintes perguntas: quem é contra ou a favor do coelhinho da páscoa? É necessário tornar permanente a CPMF (contribuição “provisória”) para que a fada do dente permaneça dando um real por banguela? Já que nossos políticos continuam patinando em falso em quase todas as questões, e nossa mídia sempre dando a maior força, nada como levá-las um pouco mais ao absurdo.



O velho mantra do plano americano de governo mundial, por exemplo, leva nossos governantes, intelectuais, jornalistas, a discussões acaloradas. Ora, bolas, os EUA são uma democracia de fato, isto é inegável. Com as eleições os candidatos, cada um com seus respectivos planos de governo, se alternam na presidência, às vezes uns ficam mais que os outros. A disposição partidária dos congressistas é mais volúvel ainda. Não há um governo de frente única, necessário para se levar a cabo qualquer plano de dominação mundial. Isto acontecia, sim, na França napoleônica, na Alemanha nazista, na URSS, acontece no “Iraque 100%”, em Cuba, no Foro de São Paulo.



Se o antigo presidente Clinton desaparelhou as forças armadas do próprio país, quase entrega o canal do Panamá para a China, deixou a UNITA (organização antifidel de Angola) a ver navios, e é o queridinho das ONG´s ambientalistas. Bush, o atual, luta exatamente pelo contrário disto tudo. Onde está o plano de governo mundial nisto tudo? Somente na febril imaginação de uns e outros. O problema é que “uns e outros”, aqui, representam quase a totalidade da mentalidade brasileira. Também se pode salientar nossas estatísticas de desempregados, que consideram até crianças de colo, ou as lendas sobre o sistema de saúde de Cuba, ou, então, as histerias ambientalistas.



Quando os nossos políticos – sejam da ala radical, light, militarista, social-democrata, lulista, ou eneaista – resolvem discutir assuntos como a ALCA, o desemprego, e a Amazônia, discutem baseados em números, afirmações, conceitos que simplesmente não se aplicam, tais como os explicitados acima.Uma posição no mínimo decente seria dizer que antes de tudo dever-se-ia parar com conjecturas absurdas, e assim por em pauta as situações reais.



Na mídia, a mesma coisa, Paulo Francis em idos de 1989 já dizia que “é tempo de jornalistas talentosos e famosos como Luís Fernando Veríssimo aprenderem o B-A bá de economia”, ou seja, não se pode negar que jornalistas, como o Veríssimo, saibam até escrever bem, mas não sabem bem o que escrevem. Tudo certo que jornalistas velhos de guerra, ou até guerrilhas, não queiram aprender fundamentos da economia, mas que falem do que investigaram com seriedade, e parem de ficar articulando seus próprios postulados. Dá-se preferência a representar uma sociedade desejável, ou registrar “expressões de impressões” convenientes aos anseios de cada um, do que investigar as situações reais.Assim vão noticiando, opinando, baseados, não no estudo sério dos fatos, mas no irreal, nas verossimilhanças – por sinal, ótimas para romances policiais, peças de teatro, e na sétima arte. É a ideologia em movimento.



Se não dizemos coisa com coisa, se suprimimos nossa relação com mundo real por uma ideologia, ou esperança delirante, quem acredita que este país vai dar certo, seja daqui a cinco, dez, vinte, trinta ou cem anos? Quantas gerações estão comprometidas neste processo, que tem aceitação nacional quase bovina? Estamos fadados ao fracasso e não enxergar isto é cair na mesma loucura que acomete toda mídia, política, economia, debates. É viver em um conto de fadas a se realizar tão logo os duendes apareçam, ou, então um sapo. Era uma vez um sapo muito choroso que recebeu um beijo da princesa GloboNews e se transformou em presidente...



segunda-feira

HITLER JUGEND (DOS PAMPAS)

Carlos Reis - Aos poucos, com a derrocada ainda que parcial e temporária do totalitarismo aqui no Rio Grande do Sul, vêm à luz informações represadas pela imprensa temente desse poder. Mais do que temente, carente das verbas publicitárias estatais. Como se sabe, o dinheiro não tem ideologia e suja todas as mãos em que toca. Mas a reportagem do Humberto Trezzi de Zero Hora sobre as atividades guerrilheiras e proto-terroristas de jovens que marcham sob o hino da Internacional, o que chamei de Hiltler Jugend (Juventude Hitleriana), saiu um pouco tarde, mas saiu. Espera-se que outras iguais, centenas delas, e mais comprometedoras ainda para quem agora posa de social-democrata, sejam dadas à publicidade. O Brasil desconhece o que aqui se passou e ainda se passa.



Quem sabe, Zero Hora, agora tomada de extraordinária coragem, também diga para o seu público leitor quem foram Lênin, Marx, Che Guevara, para que reportagens como essa das escolas (ou madrassas) comunistas sejam bem entendidas pelo distinto, superalfabetizado, e ainda assim, desinformado público gaúcho. Se esse público, tido e havido como o mais esclarecido politicamente do Brasil, não sabe quem são os citados acima, o que se esperará do Brasil?



Aliás, vou me repetir: o fato de sermos os mais politicamente engajados do Brasil só prova o apreço que temos por ditaduras totalitárias, autoritárias, sejam elas militares ou civis, fascistas ou comunistas. Lembremos. A história riograndense já registrou as ditaduras positivistas castilhistas e borgistas (Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, que empolgaram o poder por mais de 30 anos ininterruptamente). Depois vieram Getúlio Vargas e Flores da Cunha. Depois tivemos interventores fascistas, governos biônicos, e a ditadura de 4 anos do governo “popular e democrático” de Olívio Dutra et caterva, sem falar nos 14 anos de prefeituras petistas. Vai ser politizado assim no inferno!



Agora, de alguns anos para cá, temos também madrassas guevaristas e maoístas às expensas do contribuinte das quais foi sonegada a informação essencial que somente ontem pareceu finalmente assinalar uma política de informação honesta. Esperemos que ela seja regular e sistemática. A turminha braba que se forma nas madrassas comunistas do MST na formatura sai de anel preto. Já viram esse sinal de aprovação ou rito de passagem? Olhem os nossos jornalistas da Globo, da Band, da Cultura! Chico Pinheiro até bem pouco usava um anelão preto bem vistoso! E no senado? Já repararam nos dedos ágeis e nervosos da senadora Heloísa Helena?



A lista dos crimes dessa gente é enorme. Eles foram tão longe neles que não podem mais recuar. Essa é a lição que devemos extrair para não nos deixarmos enganar com posturas softs, lights, diets, e social-democratas de ocasião. Eles virão à bala para cima de nós assim que puderem. Afinal, para que serve a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, fundada por Olívio Dutra com a complacência idiota da oposição majoritária da Assembléia Legislativa gaúcha? Em breve, se nada for feito na administração Rigotto teremos uma nova Universidade da Amizade dos Povos (Patrice Lumumba) soviética, ou uma outra Universidade SS igualzinha aquela de Bad Tolen, em Munich.





A Vitória das Trevas

Antonio Fernando Borges - No início dos anos 70, num pré-vestibular no velho Centro do Rio de Janeiro, entrei em contato imediato e explícito com o Mal. Eu tinha pouco mais de 16 anos, e os “anos de chumbo” não deviam ser assim tão pesados a ponto de impedir que as aulas de História (do Brasil e Geral) daquele curso preparatório ficassem a cargo de três doutrinadores marxistas, de cujos nomes prefiro nem me lembrar – por mais que ainda lembre, até hoje.


Com esse trio maligno, aprendi então que o mundo era movido pela luta de classes, que todas as atitudes e idéias humanas eram determinadas (“em última instância”) pela infra-estrutura econômica; que Deus (e as religiões) eram uma invenção ideológica para manipular as massas; que a grande herança filosófica do Ocidente (com a qual eu mal havia entrado em contato no segundo grau ou através de umas poucas leituras autodidatas) não tinha feito mais do que interpretar o mundo de diversas maneiras. O importante era transformá-lo!


Uma observação nostálgica dessa natureza, velha de três décadas, parece não muito apropriada para as urgências de um blog jornalístico. Mas elas são inevitáveis, quando li a notícia sobre o Colégio Anchieta e seu diabólico mentor Camilo Birk, pregando contra o capitalismo, a consciência individual e a meritocracia. [Nota do Editor: veja nota intitulada "A Vanguarda do Brasil" no site www.guidalli.com]


É a História se repetindo – não como farsa, como diriam os marxistas – mas como uma tragédia, dissimulada e (por isso mesmo) muito mais terrível. Pois o que era uma ousada exceção naquele tempo – aula de “materialismo histórico”, ou “ciência da História” (triste eufemismo) ministrada num ou noutro cursinho de pré-vestibular – tornou-se hoje a regra gloriosa. O que era doutrinação mais ou menos explícita agora já parece ter dominado o discurso coletivo de jovens e adolescentes, à maneira de uma segunda natureza. E, a partir de janeiro próximo, deverá se tornar a pedagogia oficial do Ministério da Educação.


É a vitória das trevas, e o fim do indivíduo.


Repassando, de triste memória, todo o esforço que tive que fazer para limpar o espírito daquele antiga “lavagem cerebral”, tenho pena dessa garotada. E me lembro das palavras de Goethe, que há pouco usei como epígrafe num livro:


“Agradeço a deus por não ser jovem, num mundo tão inteiramente liquidado”.

domingo

Aviso aos leitores:


Prezados amigos. OFFMIDIA está cadastrando e-mails para o futuro envio do nosso boletim, uma newsletter diária com as principais notícias e artigos dos colaboradores desta página. Para receber o boletim, mande um e-mail para offmidia@hotmail.com escrevendo no “assunto” ou “subject” “CADASTRAR”, apenas isso. Depois de um período de recebimento destes e-mails, passaremos a oferecer a newsletter aos inscritos. Aos que já nos enviaram seus pedidos, muito obrigado.
O TRIUNFO DA VONTADE!


Nota do Editor – Este texto é continuação de “O Caminho para o Nihilismo”, disponível neste mesmo site, localizado mais abaixo.




Heitor de Paola - Tomar o poder via insurreição das massas já não era mais possível naqueles tempos. O voluntarismo de Röehm e das Tropas de Assalto tinha que ser substituído pelo pragmatismo de Hitler, Goebbels e Göering: usar a via parlamentar, apresentando-se como um partido que amadurecera desde a prisão de seu chefe e a primeira edição do Mein Kampf. Uma ‘versão light’ do Nacional Socialismo foi apresentada aos eleitores, alianças com a burguesia tradicional, industriais e banqueiros foi formada. A maioria dos que tinham medo, perdeu.



Na última eleição para Presidente, em Março de 1932, Hitler concorreu com o Marechal Hindenburg ficando em 2o lugar com 30.1% dos votos no primeiro turno; no segundo perdeu com 36.8%, tendo Hindenburg sido re-eleito. Mas nas eleições parlamentares de 31 de julho do mesmo ano o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães conseguiu 230 cadeiras no Reichstag tornando-se a maior representação com quase 38% de um Parlamento de 608 cadeiras, ganhando o direito de eleger seu Presidente, ninguém menos que Hermann Göering.



É neste ponto das revoluções nihilistas que os eleitores que ingenuamente votaram no partido revolucionário, podem começar a vislumbrar o que de fato ocorreu. Diferentemente dos partidos clássicos, que aceitam as regras do jogo e pretendem governar durante o período constitucional e se submeter a novo sufrágio, o partido revolucionário, ao chegar ao poder, começa a dar os primeiros passos para se perpetuar. Geralmente, aproveitando a onda de desejo de mudanças profundas que os levou lá, induzem a população a crer que o período constitucional, seja qual for, é pequeno para implantar todas as medidas desejadas pelo povo e que é no interesse deste que algumas modificações institucionais e constitucionais devem ser adotadas. Na verdade, o Líder e a cúpula do partido já sabiam há muito que esta era a finalidade de aceitarem se submeter ao que consideram ‘farsa eleitoral’.



Os outros partidos que formaram a aliança eleitoral devem ser descartados rapidamente, pois este primeiro governo é visto apenas como um governo de transição. As palavras de Goebbels, em abril de 1933, são eloqüentes: “Devemos nos dissociar o mais rápido possível deste gabinete burguês de transição”.



Um dos passos mais importantes é manter o País num stress contínuo, criando e estimulando crises, reais ou fictícias, impedindo com isto a população de ‘parar para pensar’ racionalmente, e aumentar a pressão no sentido da ação, do aprofundamento do nihilismo. Criar continuamente novos inimigos, internos ou externos, os que se adequarem mais à ocasião: classes sociais, raças, países estrangeiros, capital especulativo que sufoca a economia nacional, e, principalmente, os aliados do governo de “transição” e o próprio Parlamento do qual supostamente aceitaram participar. Dir-se-á ao povo que o governo não pode ficar refém de um Parlamento corrupto, mas sim recorrer às forças vivas da Nação. Algumas vezes, como ocorreu na Alemanha, medidas mais drásticas devem ser tomadas. Ao invés de simplesmente fecharem o Reichstag, o que dificilmente seria aceito pelo povo, tocaram fogo no prédio e culparam a oposição! De quebra, justificaram, assim, o aumento da repressão aos “inimigos do povo e do Reich alemão”.



É importante, ainda, a aliança diplomática com outros Estados aliados contra as democracias, principalmente com aqueles cujo Líder é um dos ídolos do Líder da revolução. Hitler venerava Mussolini, que havia tomado o poder 11 anos antes. A admiração inabalável levou o Führer a apoiar o Duce até o trágico final deste, mandando até mesmo um comando especial das SS para liberta-lo da prisão.



Talvez a mais importante de todas as tarefas seja a de criar uma polícia política e um serviço de censura que impeça a livre divulgação de idéias. Hoje, com a Internet, ficou mais difícil, mas não impossível. Refiro-me aqui a algo que poderia ser chamado de Polícia do Pensamento, antes de tudo algo que o povo aceite como inexorável, como a famigerada OVRA (Oranizazzione Vigilanza i Repressione all’Antifascismo), imitada na Alemanha pela GESTAPO (Geheime Staats Polizei, Polícia Secreta do Estado) ou como na Cuba atual, a G2 e seus Comandos de Defensa de la Revolución.