sábado

A VERDADEIRA DESGRAÇA DE IMRE KERTÉSZ

Nota do Editor - OFFMIDIA tem a honra de publicar neste final de tarde de sábado o que espera ser o primeiro de uma série de textos do escritor, jornalista e roteirista Antonio Fernando Borges. Admirado por um número crescente de leitores, este carioca já premiado por “Que fim levou Brodie” (Record) acaba de lançar “Braz, Quincas & Cia”, seu mais novo roman-ce, editado pela Companhia das Letras. Ele agora está ao lado dos nossos colaboradores fixos nesta imensa tarefa que é a de revelar o tamanho da mistificação esquerdista do nosso tempo. Portanto, leitores, Borges é obrigatório.



Antonio Fernando Borges - Quando concedeu o Nobel de Literatura ao indo-caribenho V. S. Naipaul em 2001, a Academia Sueca foi acusada pela mídia de haver cedido a pressões políticas, fazendo uma escolha “ideológica” – como se Naipaul fosse ape-nas um orientalzinho de plantão, em meio àquela conjuntura marcada pelo então recentíssimo ataque criminoso ao WTC.



A acusação, diversionista, encobria uma dupla verdade: que Naipaul é de fato um grande escritor, finalmente premiado depois de anos e anos de escolhas – estas sim – ostensivamente ideológicas. As reclamações contra Naipal decorriam de seu imperdoável pecado de ser um conservador – ou, como a mídia adora rotular, um intelectual “de direita”.



Este ano, para evitar novos constrangimentos e “simplificar as coisas”, o húngaro Imre Kertész, o premiado da vez, já chegou apresentado como “um judeu vítima do Holocaus-to”. Mas basta prestar um pouco mais de atenção a qualquer de suas entrevistas para se per-ceber que não é bem assim.



É o que acontece neste sábado no caderno “Prosa & Verso” do Globo. Se outros méritos não tiver, a entrevista à correspondente Graça Magalhães-Ruether permite que Kertész fale. E então ficamos sabendo que, mais traumáticos do que a infância num campo de concen-tração nazista, foram os mais de 40 anos vividos sob o regime comunista na Hungria.



“Era impossível alguém pensar em fazer uma carreira escrevendo livremente”, Kertész comenta logo de saída, acrescentando que seus livros foram banidos das prateleiras de seu país, “porque eu não pertencia à nomenclatura comunista”.



“Durante 40 anos eu não tive um passaporte”, denuncia o escritor, que faz questão de ir muito além da já corriqueira crítica ao stalinismo (que muita gente de esquerda faz, para poder resguardar “o resto”). Acertando na mosca, Kertész diz que as ditaduras tornam as pessoas infantis, porque “roubam suas individualidades”. E acrescenta ainda que, para ele, “a pior épo-ca foi a de Brejnev, porque foi uma era de estagnação”.



Só falta agora descobrirem que Kertész – como Naipaul – escreve bem. Então, coitado, logo a mídia vai cair de pau sobre ele.



174

Bruno Moretzshon - Estreou por esses dias o documentário Ônibus 174 que, aproveitando a deixa de nossos tempos de violência, promete sucesso de bilheteria e de crítica. O filme, como aliás é óbvio pelo seu título, trata do sequestro do ônibus que mobilizou toda a população do Rio e do Brasil no ano retrasado.



É proveitoso todavia esclarecer alguns pontos sobre o filme, já que o leitor pode estar achando que o roteiro destaca o sofrimento das vítimas do sequestrador Sandro do Nascimento.



Engano.



A fita, aliás seguindo os principais cânones do cinema nacional, apresenta uma nada sutil defesa do bandido e pouco mostra o sofrimento das vítimas. Trata-se da última tentativa da esquerda de isentar de culpas um criminoso vil que por mais de quatro horas ameaçou pessoas inocentes e, para coroar, acabou matando uma delas com um tiro na cabeça.



Há uma narração da vida do marginal, que segundo reportagem feita no Rio Show, foi "sofrida até a medula", mostrando que Sandro foi menino de rua e sobrevivente da chacina da Candelária. OK, mas não houve em sua vida sofrimento que chegasse perto ao que ele mesmo impingiu às suas vítimas e, se houve, o documentário não mostra.



Conclui-se que o filme nada faz além de seguir a ordem do dia, segundo a qual quem quer que seja preto, pobre ou favelado é elevado à condição de vítima, mesmo que tenha roubado, sequestrado e até matado.




Só para ilustrar, registro uma cena que parece ter comovido em demasia tanto o público presente no cinema( já doutrinados na supracitada ortodoxia ) quanto o repórter Eros Ramos de Almeida, do Rio Show: trata-se da mãe do bandido chorando em seu enterro. Por essas horas eu achei que algum estudante de comunicação ia por-se a gritar no cinema: Era um santo! Era um santo!




Como não podia deixar de ser, o filme também conta com depoimentos de alguns arautos do politicamente correto, como Yvonne Bezerra de Mello e Luiz Eduardo Soares. Este último afirmou que Sandro era invisível aos olhos da sociedade além de ser "sedento por reconhecimento". Daí se conclui que quem quer deseje reconhecimento está livre para pegar uma arma e seqüestrar um ônibus...



Quem tiver gosto para lágrimas de crocodilo que veja o filme.


sexta-feira

Aviso aos leitores:

Prezados amigos. OFFMIDIA está cadastrando e-mails para o futuro envio do nosso boletim, uma newsletter diária com as principais notícias e artigos dos colaboradores desta página. Para receber o boletim, mande um e-mail para offmidia@hotmail.com escrevendo no “assunto” ou “subject” “QUERO RECEBER”, apenas isso. Depois de um período de recebimento destes e-mails, passaremos a oferecer a newsletter aos inscritos. Muito obrigado.


Jabor passando dos limites

Rádio CBN: Por que Arnaldo Jabor não crê em soluções?



“The white race is the cancer of human history.”
- Susan Sontag



João Pedro Jacques - A sentença acima foi enunciada no ano de 1967 por aquela que é uma dos principais ideólogos da Revolução Cultural americana. Quando empregou o termo “white race” (raça branca), a Srª. Sontag tinha em mente algo mais do que um grupo étnico em particular. Ela fez uma alusão a todo o Ocidente, “the West”. Todos os povos, suas línguas, sua história, suas culturas e religiões. A partir do final dos anos 60, a repugnante proposição de que o Ocidente é a causa última de todos os males da humanidade, se propagou com grande força através da onda da contra-cultura norte-americana.



Assim como outras pragas e pestes, a Revolução Anti-Ocidente há tempos chegou em terras brasileiras e já fez graves estragos na cabeça de muitos compatriotas. Em caso de dúvida, basta conferir o comentário proferido nesta terça-feira, dia 15 de outubro, pelo mais do que eloqüente Arnaldo Jabor para a Rádio CBN (ouça em www.cbn.com.br), sob o título de “Bush poderia usar a diplomacia para manter o terrorismo sob controle”.



Segundo nos narra o Sr. Jabor, valendo-se de seu peculiar estilo cataclísmico de imposição da fala, houve um brutal atentado terrorista na ilha de Bali, o “céu dos milionários”, e que este fato deverá levar a Europa a um alinhamento com a atual política americana de Guerra ao Terror e, conseqüentemente, a um recrudescimento de políticas belicosas e intimidadoras mundo afora.



Continuando, nosso narrador nos explica que as diferenças entre o Ocidente e o Oriente são irreconciliáveis. Pois que, no Ocidente somos individualistas - talvez todos os governos socialistas e comunistas do Ocidente tenham sido de fato individualistas -, enquanto que no Oriente os povos constituem “massas uniformes”. Aqui, acreditamos na vida, lá, eles acreditam na morte - será que não existem médicos no mundo islâmico? E assim prossegue o comentarista, trilhando o caminho demente do reducionismo e do estereótipo.



Dentre a variedade de diferenças citadas, uma foi destacada como sendo de maior importância. No Ocidente acreditamos na idéia de “solução”, no Oriente acredita-se em “fatalismo”. De acordo com a linha de raciocínio do Sr. Jabor, esta é e será a causa fundamental de todos os nossos fracassos, pois “enquanto se achar que há solução, não haverá nenhuma”.



A Guerra ao Terror está destinada ao insucesso, uma vez que partimos do princípio que é possível vencê-la. Pelo que Arnaldo Jabor nos diz, teremos que conviver para sempre com o terrorismo, que, por sua vez, poderá no máximo ser atenuado.



E como haveríamos de diminuir este mal? O Sr. Jabor nos responde: “temos que nos orientalizar”. Ou seja, devemos renegar nossa história, nossa filosofia, nossas culturas, nossas religiões e todo legado de gerações através dos séculos, em nome de um mundo com menos diferenças, logo, um mundo mais uniforme. Devemos abrir mão daquilo que nos confere identidade, de modo a garantir nossa sobrevivência na Nova Aldeia Global.



É pena que o Sr. Jabor não desenvolva este argumento um pouco mais. Desta forma, ele poderia nos explicar que, agindo por estes meios sobreviveríamos biologicamente, entretanto não seríamos mais exatamente nós. Nos modificaríamos para que, de qualquer modo, outra coisa tomasse nosso lugar. É mesmo uma estratégia muito peculiar de sobrevivência.



A eliminação de nossa civilização é um projeto anterior às manifestações da contra-cultura americana dos anos 60. Em meados do século passado, o teórico comunista, de origem húngara, Georg Lukács já pregava a destruição revolucionária da civilização ocidental como o único meio de implantação da nova sociedade sem classes. Foram as poderosas ondas de choque da Nova Revolução Cultural que alimentaram as mentes de muitos dos principais idealizadores da agitação acadêmica e social dos “anos rebeldes”, como Noam Chomsky e Susan Sontag.



Estamos sentindo o forte impacto destas ondas não é de hoje. Os sentimentos antiamericano e antiocidente estão mais fortes do que nunca na sociedade brasileira. Dentro deste quadro, acredito que o Sr. Arnaldo Jabor ignore, como parece ignorar tudo aquilo que concerne os temas que aborda, a origem de tais idéias sórdidas. Porém, creio que ele, para ao menos fazer parecer a si próprio que é um comentarista sofisticado, resolveu adotar os postulados da turma moderninha pró-decadência-chic americana.



Provavelmente, o Sr. Jabor nestes últimos 30 anos não foi capaz de se desvencilhar da agitprop que o seduziu em seu tempo de juventude.
Deste modo desavisado, este senhor retransmite, às custas dos ouvintes incautos, a cantilena da revolução planetária. As ondas de choque da Nova Revolução Cultural estão disponíveis no Brasil através das ondas da Rádio CBN.


Cidade dos homens

Robson Caetano - É interessante como a mídia vai no embalo de um determinado evento badalado, de forma a aumentar sua vida útil às custas da paciência e da segurança do telespectador.



Evidentemente, o programa que estreou esta semana na TV Globo, Cidade dos Homens é uma maxi version do filme de Katia Lund, Cidade de Deus. Só tiveram o trabalho hercúleo de trocar "de Deus", por "dos Homens", numa representação onde "Deus" é substituído pelos "Homens".



Neste caso, as imagens falam mais do que mil palavras e, somente no primeiro capítulo, pôde-se perceber uma nítida apologia ao racismo ao contrário e ao tráfico de drogas, só para começar. O episódio também, sugere que o branco rico explora o negro pobre. Veja só:



* Todos os personagens que moram na favela eram negros. O único branco exibido no primeiro capítulo era o empresário dono da farmácia local.
Representação: negro é pobre e branco é "rico".
Mensagem subliminar: O racismo no Brasil é um fato. Apologia à luta de classes marxista - o branco rico burguês sempre explora o negro pobre e oprimido.



* Os adolescentes que habitam a favela não conseguem se expressar verbalmente da forma como lhes é ensinada na escola. Mesmo que a televisão e o rádio existam. Mesmo que eles se relacionem com o "mundo do asfalto". O programa passa a idéia de que os personagens vivem em um mundo paralelo fechado, onde eles só conseguem se expressar verbalmente sempre utilizando o vocabulário do crime. Muitas palavras como "ferro" (arma) e "bonde" (grupos de carros e marginais, que originalmente, se reuniam para espalhar terror, morte e destruição pela cidade) já são de uso corriqueiro na cidade do Rio de Janeiro e adjacências, graças à transfusão direta feita via música funk, porém, o inverso parece não acontecer, mesmo havendo muito mais tipos de música que são tocadas muito mais vezes nas rádios, em que os intérpretes não utilizam tal vocabulário. Por vezes, parece que os personagens estão falando um dialeto do português.
Representação: Os negros pobres foram acuados pelo "asfalto branco e rico" e postos de lado a sua própria sorte no alto dos morros, lugar de pobre, negro e criminoso. A separação se dá por um muro invisível que separa o morro do "asfalto", levando ao surgimento de uma "cultura" endêmica violenta, onde a linguagem criminosa peculiar é a sua principal expressão.
Mensagem subliminar: O "asfalto branco e rico", por ser racista, isola o negro no alto dos morros, que cria seus próprios valores, simbolizados pela linguagem do crime. O negro pobre está acuado entre a sociedade branca e os criminosos.



* Um dos alunos fala palavrão em plena sala de aula e a professora acha muito natural, pois não o repreende.
Representação: Na favela, todos se tratam de igual para igual. A civilidade existe somente no tratamento com os bandidos, e só ocorre por que o morador da favela tem medo dos criminosos do morro. A escola é uma alegoria da presença do estado na favela.
Mensagem subliminar: Negro não tem educação e só respeita marginal. Os professores não ensinam regras e valores de civilidade. O respeito ao próximo é desnecessário e inexistente. A escola pública não educa ninguém.
* Um dos adolescentes pede dinheiro aos marginais para comprar um remédio para a avó, porém, mandam alguém verificar se ele vai mesmo comprar remédio.
Representação: Os bandidos tomaram o lugar do estado constituído, mesmo que seja através da imposição do medo e do terror. O morro aceita.
Mensagem subliminar: Os bandidos são mais ágeis em prestar ajuda os moradores do que o estado constituído, por isso o morro aceita. Entretanto, bandidos são mais rigorosos na prestação de contas da ajuda ofertada do que aquele último e ainda exigem subserviência e cumplicidade. O estado é omisso com os pobres.



* A professora começa a explicar aos alunos como a família real portuguesa veio parar no Brasil, em 1808. Enquanto ela "conta" a estória, com ênfase na proliferação de piolhos que ocorreu durante a viagem e que obrigou às mulheres a cortar o cabelo, as imagens vão mostrando como um carregamento de drogas chega ao morro. Com requintes de detalhes, cujo final é mostrado com as imagens de um chefete de boca de fumo, junto com seu grupo, fumando a maconha que acabou de chegar. Sorridentemente. Como se fosse possível que isso acontecesse e ao mesmo tempo o seu "negócio" desse certo. Sem cobranças.
Representação: A mudança de realidade que ocorreu no Rio de Janeiro, em particular, e no Brasil, em geral, com a chegada da família real portuguesa, em 1808, pode ser comparada à mudança da realidade ocorrida no cotidiano da favela e da cidade com o surgimento e expansão do tráfico de drogas. Ocorre, aqui, a apologia ao tráfico de drogas.
Mensagem subliminar: Através da inversão de valores, a chegada da família real portuguesa tem o mesmo valor histórico que a "chegada" do tráfico de drogas. A família real era "suja" e imperfeita, o que não impediu a legitimação de seu poder e a sua aceitação pela sociedade carioca e do resto do Brasil, e, na transposição das imagens, o mesmo processo ocorre com o tráfico de
drogas. O tráfico faz o que quer, impunemente, sem prestar contas a ninguém da sociedade. A família real portuguesa é ok, o tráfico de drogas é ok.



Enquanto assistimos sentados, neste exato momento, o crime organizado expandindo sua área de atuação por toda a cidade do Rio de Janeiro, tomando atitudes claramente violentas e de caráter guerrilheiras, a Rede Globo, através de seu programa Cidade dos Homens, está prestando um desserviço à sociedade como um todo, ao incitar o ódio racial dos negros contra os brancos, a desagregação social, a falta de civilidade, a banalização da violência, a inveja e o ódio contra a classe média e alta do "asfalto". Ao mesmo tempo glamouriza, romantiza e legitima a criminalidade, diminuindo ainda mais, a linha tênue que atualmente separa a ordem da desordem. Tim Lopes deve estar dando voltas em seu ataúde.


quinta-feira

A GRANDE MANIPULAÇÃO

NOTA DO EDITOR – OFFMIDIA tem a honra de publicar esta semana artigo do músico carioca Raimundo Nicioli, estudioso e pesquisador da questão do desarmamento civil. Seu trabalho é fundamental porque ajuda a revelar as ligações e interesses que unem organizações como o Viva Rio e jornais como O Globo. Este conchavo repugnante entre mídia e as ONG´s vem impedindo que a opinião pública brasileira tenha acesso ao verdadeiro debate sobre o tema. Todo o noticiário prega o desarmamento e ponto final, azar dos que são contra ou dos que querem o debate franco. Que ele ao menos seja feito aqui.




Raimundo Nicioli, especial para o OFFMIDIA - Qualquer que seja o assunto a ocupar as conversas informais ou debates organizados, há uma premissa da qual não poderão fugir os que prezam a autonomia e integridade intelectual : o compromisso com a análise objetiva e ponderada dos dados pertinentes, deixando-se de lado vaidades, preconceitos e eventuais militâncias secundadas por patrulhamentos, suaves ou beligerantes.



A questão das armas de fogo e o controle de sua posse, porte e uso por parte da população civil vem sendo monopolizada há mais de cinco anos no Brasil por certos políticos, ONGs, e membros das classes artística, jornalística e intelectual que, fundamentados em estatísticas supostamente verídicas sobre falências da defesa armada de cidadãos comuns, acidentes com crianças, tiroteios por motivo fútil e opiniões incontestadas de autonomeados experts, passaram a defender o desarme civil completo como fórmula adequada para o combate à violência. Por não terem adversários agraciados com a mesma quota de espaço na mídia, estes ativistas acabaram assumindo o papel de detentores da verdade.



Minha intenção aqui é alertar para os graves enganos cometidos na abordagem deste assunto, principalmente pelo eixo maior do ativismo desarmamentista em nosso estado, leia-se Viva Rio e ISER. É mister que parcelas maiores da população consigam enxergar além do que a mídia lhes permite e saber, por exemplo, da ligação do Viva Rio com a IANSA, um megaconglomerado de ONGs comprometidas com o controle de armas leves em nível mundial, seguindo estritamente as determinações da ONU.



Não há altruísmo neste pessoal, o real propósito é a extinção da posse privada de armas por cidadãos comuns, através do impedimento a novas compras e do confisco ou desapropriação das anteriormente registradas. Por via tortuosa e maneiras dissimuladas o mingau vai sendo comido pela borda, e a possibilidade de se adquirir uma arma no comércio legal se tornando cada vez mais remota, tendendo a cair no rol das lembranças de outrora.



Vemos então, em função do poder emanado de burocracias nacionais e transnacionais, o que já era difícil tornar-se praticamente impossível. E tudo em nome de teorias não provadas e explicações baseadas em fraudes na maior parte das vezes .Como prova efetiva da vigência desses novos rumos, temos em vigor no Rio de Janeiro uma lei do Sr. Carlos Minc que além do cipoal burocrático já existente, fez cair aos ombros dos infelizes proponentes à compra de uma arma a necessidade da obtenção de uma certidão de boa conduta, firmada por três vizinhos.




Em todas as cartas enviadas por mim e publicadas pelo O Globo, sempre questionamentos ao Viva Rio foram suprimidos, bem como referências que poderiam prover os leitores de informações. Num cenário como este não há como se propor um debate, pois este por definição pressupõe o confronto de pontos de vista diferentes num ambiente de lisura intelectual . Assim, indico aqui sites e nomes de pesquisadores, para que os interessados possam garimpar informações vitais para o entendimento do problema, o que pode facilmente ser feito recorrendo-se aos sites de busca. Quem se dispuser a fazê-lo passará a abrigar a dúvida de que talvez o mundo não seja como a imprensa e as ONGs pintam.



Sites:



www.sas-aim.org Second Ammendment Sisters



www.keepandbeararms.com Site de referência, onde muitos links são indicados.



Pesquisadores: John R.Lott, Jr., Dave Kopel, Daniel Polsby, Stephen Halbrook, Edgar Suter, Gary Kleck .

O CASO REGINA

Bruno Moretzshon, colunista do OFFMIDIA - A vida da atriz Regina Duarte deve estar um inferno. Ontem e hoje, um bando de repórteres deve tê-la procurado para saber a razão de seu pecado mortal. Acontece que, segundo O Globo, Regina viajou para a fazenda de uma amiga e, longe da patrulha vermelha, passa bem, obrigado. O erro da estrela global, como o leitor deve saber, foi participar da campanha do candidato José Serra.



Acuada por políticos, companheiros de profissão e jornalistas, desconfio que Regina já deve estar preparando um choroso mea culpa, com o intuito de satisfazer àqueles que transformaram nossa imprensa e nossas universidades em palanques a serviço da esquerda.



Agora, o absurdo dos absurdos é essa gente ter a cara de pau de aparecer na mídia dizendo que Regina está patrulhando o PT: os caras mobilizam páginas e páginas de jornal para protestar contra alguém que ousou dizer que têm medo de Lula , e a atriz é que está patrulhando! Nunca houve tanta gente vendo o rabo abanar o cachorro em toda história do jornalismo pátrio.



No mesmo O Globo, o líder do PT na câmara, João Paulo, meteu o bedelho na questão: "Então o povo está errado? É isto o que a Regina quer dizer? O povo não sabe votar?" O deputado antes de ironizar assim deveria se lembrar que o povo escolheu Collor pelo voto e que, em 64, boa parte dele apoiou a revolução. Nessas duas ocasiões, João Paulo deve ter amaldiçoado o povo com todas as suas forças.




Pior que o deputado petista, só mesmo a carta da CUT. É a mesma história: patrulhamento etc, etc. Como se o pessoal da CUT não fizesse esse tipo de coisa. Eles tanto fazem, que Tem em sua folha de pagamento, para tal propósito, cerca de 800 jornalistas espalhados pelos principais órgãos de imprensa do país. Para fazer frente a essa tropa, nem contratando todo o elenco da Globo.



Diante disso, digo que este caso, apesar ter pouca importância em si mesmo, serve como mais um exemplo da dominação esquerdista na mídia, de seu poder tutelar. E depois do dia primeiro de janeiro, a coisa vai ficar pior.


De leitor para leitor

Igor Taam - Em um dos escritos do rev. Richard Wurmbrand contava-se a história de um rico fazendeiro que tentava cultivar maçãs de insuperável gosto e beleza. Conseguiu. De tão feliz que estava com a fina safra, convidou um amigo para degusta-la em sua casa. O amigo não veio. Convidou-o mais uma, duas vezes. E o amigo, apesar de ter prometido que ia, não apareceu.



O fazendeiro, intrigado, indagou do por quê de sua recusa. O amigo, então, lhe respondeu:



- Um dia, eu estava passando pelo seu pomar, quando o vento derrubou algumas maçãs na estrada perto da cerca. Sabendo que você tinha cultivado as melhores maçãs, apanhei uma já antevendo o prazer que ia sentir. Mas que frustração quando mordi a maçã! Jamais havia posto algo tão desagradável em minha boca. Tinha gosto de vinagre! Então percebi que você brincando com as pessoas com toda a sua gabolice e que, na verdade, você não estava cultivando as melhores, mas as piores maçãs do mundo!



A reação do fazendeiro foi uma: gargalhada. O fazendeiro explicou que havia plantado maçãs azedas em volta do pomar, mesmo. Protegia, assim, as seletas maçãs dos incautos que, provando as maças ruins, se desapontariam. O fazendeiro, deste modo, poderia degustar suas maçãs na companhia de seus convidados.



Conto esta história, pois dela se faz uma analogia às histórias dos homens e mulheres verdadeiros. Daqueles que, apesar dos pesares, não se frustram logo após experimentarem o vinagre, e seguem em direção certa ao pomar das virtudes.



Quando lemos nos jornais e nos deparamos com as palavras de homens verdadeiros é bom que saibamos que eles pagam um preço por isso, uns mais, outros menos. Mas pagam e, tenho certeza, que o fazem sem pestanejar. Grandes em espírito, sabem que é melhor pagar este preço a ter vergonha de se olharem no espelho. Seu amor à Verdade e às verdades supera as frustrações e asperezas – o que não é fácil, várias pessoas têm a fé enfraquecida, suprimem sua consciência quando sofrem.



Por isso, ao lerem as palavras dos homens verdadeiros, lembrem-se disto. Eles também precisam do seu apoio, não me refiro a aplausos fingidos e luzes artificiais, mas real compreensão. A compreensão de que eles comeram e ainda comem muitas maçãs podres, mas não voltaram atrás de sua busca virtuosa. As filas de macieiras azedas que cercam o magnífico pomar são insultos, ameaças, mentiras, injúrias, o silêncio invejoso, o deboche, e até algum vírus que mandam para seu computador.



Ao identificar estes homens bons, não se calem, mandem cartas, ou um e-mail mesmo, reclamem de sua ausência, ou, ao menos, ore por eles e sua empreitada. Não fique invisível àquele que se mostra e lhe mostra, diante de seus olhos e de todos, o amor à Verdade e às verdades. Não deixem que se confirme o velho dito “pérolas aos porcos” pois, caso isto aconteça, só nos restará, como porcos que escolhemos ser, chafurdar na lama dos mentecaptos.



Tempos difíceis estão por vir, espero que cada um de nós consiga passar pelas filas de maçãs azedas, especialmente os poucos e bravos senhores e senhoras que já nos inspiram diariamente, semanalmente, mensalmente nesta triste e prostituída mídia nacional.


quarta-feira

A Mentira está no Vinho

Alceu Garcia - In vino, veritas. A verdade está no vinho, reza o velho adágio latino. Mas os eflúvios do romanée-conti, a preciosa beberagem de quase sete mil reais que alegrou um recente convescote comemorativo da alta cúpula petista, estão suscitando mais mentiras e hipocrisias do que verdades. O veterano jornalista Elio Gaspari, que divulgou o episódio, está sob intenso fogo das inúmeras patrulhas ideológicas do PT na imprensa por ter ousado criticar o guia genial petista. Fala-se que o colunista seria pau-mandado de Serra, que a história teria sido encomendada a peso de ouro pelo tucano e coisas do gênero. Mas o argumento de Gaspari, aliás homem de impecáveis credenciais esquerdistas (foi até do partidão, parece), é impecável. Lula verteu lágrimas de crocodilo pela indigência dos excluídos no debate da TV Globo e logo depois tomava um caríssimo vinho francês sem qualquer peso na consciência. Essa é a inconveniente verdade.



Guardadas as devidas proporções, o que Gaspari fez foi reciclar a crítica de George Orwell, no clássico Animal Farm, aos chefes socialistas da época. Como os porcos do livro, os guias geniais de então também misturavam cinicamente retórica igualitária com pantagruélicas orgias alcoólicas. Criticar guias geniais socialistas, contudo, não é coisa que agrade ao indefectível séquito de intelectuais que escoltam esses augustos personagens, mesmo – e sobretudo – quando a crítica é correta e irrefutável. A reação da intelectuária, fervilhante de sofismas e calúnias, culminou com o artigo de L. F. Veríssimo, sumo sacerdote da casta, no jornal O Globo. O capcioso escritor gaúcho deu a entender que tudo não passava de torpe aleivosia da elite despeitada; tomar romanée-conti na verdade é pressuposto necessário da futura e próxima erradicação da miséria a ser feita por esse nobre e impoluto campeão do proletariado. Quem lê nem desconfia da "isenção" do Veríssimo, nascido em berço de ouro, campeão de vendagem de livros, que costuma passar as férias em Paris. Um clamoroso representante da elite rica do país num passe de mágica persuade o público de que elite mesmo são os outros, não ele e o próprio Lula, donos de patrimônio e padrão de vida nada modesto.



O fato é que a margem de ambiguidade para os jornalistas está diminuindo rapidamente. A patrulha petista na mídia anda distribuindo ultimatos a granel. Quem não está sem reservas com o Lula é inimigo e será tratado como tal. Nem a mais leve crítica será tolerada. Não adianta ser socialista e respeitado, como é o Elio Gaspari. A atriz Regina Duarte entrou para a lista negra do PT por se atrever a dizer publicamente que tem medo do partido. Como ela ousa? É terminantemente proibido ter medo do PT. O PT é o Bem encarnado na Terra; quem teme o Bem só pode ser louco! Até o Alberto Dines, o eterno companheiro de viagem dos socialistas radicais, está sendo patrulhado no seu suspeitíssimo Observatório da Imprensa. Ele andou levando pitos de Bernardo Kucinsky, ideólogo petista de primeiro escalão, e de outros quadrantes, por não ser suficientemente servil ao petismo. E petismo não se mistura com jornalismo. Impossível servir a dois amos ao mesmo tempo. Ou a verdade ou a ideologia. Não há terceira opção. Logo saberemos quem é jornalista de verdade e quem se conforma com a reles tarefa de propagandista ideológico. Suspeito que haverá muito mais gente na primeira categoria do que na segunda.


Lula e o Romanée-Conti

A resposta demorou. Mas veio.

Sandro Guidalli, editor - Com um certo atraso, coisa de estrategista, alguns jornalistas mais graduados da imprensa saíram finalmente em defesa de Lula, duramente criticado na semana passada pelo colunista Elio Gaspari por causa do episódio envolvendo-o com a degustação de um vinho de R$ 6 mil num restaurante carioca na noite do último debate da TV Globo.



Num dos trechos mais animados de seu artigo, Gaspari diz que, depois de falar da miséria e da fome durante o debate, Lula foi para um restaurante beber o Romanée-Conti oferecido pelo marqueteiro Duda Mendonça.



É bem possível que o candidato do PT tenha participado involuntariamente no episódio. A versão de Duda, dada dez dias depois do fato, diz que a garrafa era para o aniversariante Antonio Palocci e teria servido para simbolizar o feliz encontro entre ele e o PT nas eleições deste ano.



A versão “oficial” tardia é muito mais negativa para o próprio Duda, publicitário esnobe e milionário que gosta de exibir-se com mimos deste rótulo, típico do novo-riquismo de Terceiro Mundo.



Mas os colegas do colunista de O Globo o marcaram. Nesta terça, juntos, Luiz Fernando Veríssimo deu o troco pela via do deboche. O artigo “A Audácia!”, diz irônico, ao final: “sim, porque hoje é Romanée-Conti e amanhã pode ser até a presidência da República. Gentinha que não conhece o seu lugar é capaz de tudo”.



Jânio de Freitas, outro defensor do petista, usou a carta de Duda publicada no jornal carioca em que tudo ficou “esclarecido”. Ela serviria para esvaziar a pretensão dos adversários de usar o caso na campanha eleitoral. “Duda botou água no vinho”, escreve um aliviado Jânio. O título da nota: “tim-tim”.



Acontece que era preciso dar uma resposta, ainda que ela tenha vindo com certo atraso. Foi preciso esperar o álibe de Duda e o tamanho do impacto do fato na campanha de Lula. Ajudado pela mídia, o assunto foi tratado, num primeiro momento, sem estardalhaço. Agora, aferido seu grau, pequeno, de malignidade, é possível voltar a ele desta vez para rebater quem ousou criticar Lula.



Basta imaginar se o personagem em questão fosse o opositor de Lula e não o próprio. José Serra estaria a essa hora mais do que crucificado. Em tempo: o site Observatório da Imprensa, atualizado hoje, não deixou também de sair em defesa de Lula. Alberto Dines e sua equipe, entretanto, preferiram atacar Elio Gaspari através das cartas dos leitores. Das três publicadas sobre o caso, todas são de leitores indignados e ofendidos com o artigo contra Lula. Como diz o ditado popular, o Observatório ejaculou com o pênis alheio....


terça-feira

O Princípio da Precaução - 1



“A falsa ciência não aumenta o nosso saber, agrava a nossa ignorância.”



Marquês de Maricá



Robson Caetano - Atualmente, podemos perceber, através das informações divulgadas pela mídia, que vivemos em um mundo que há tempos atrás simplesmente não existia. Até pelos idos dos anos 80 do século passado, podia-se comer de tudo, beber de tudo, viajar, fazer compras, nos divertir. Tudo era mais prazeroso, gratificante, o céu era o limite e os seres humanos eram a coroa da criação de Deus. Hoje, vivemos em um mundo sombrio, onde o medo e a irresponsabilidade tornam errada e perigosa qualquer ação humana. Voltamos à Grécia Antiga e a sua mitologia, que explicava os primórdios da criação do universo, porém da forma mais perversa possível. A Terra voltou à condição de Gaia e nós, seres humanos, nos tornamos Urano às avessas: em vez de fecundá-la para gerar mais vida, nós estamos destruindo-a implacavelmente e de forma sado-masoquista. E praticamente ninguém discorda disso. O antropocentrismo acabou.



O que, então, aconteceu nas últimas duas décadas que fez com que nossa visão de mundo se transformasse tão radicalmente?



Dentre vário fatores complexos, podemos distinguir 3 causas: a ascensão do ambientalismo; o medo irracional do ser humano com relação ao desconhecido, ao intangível e a mídia, que descobriu que o ser humano tem mais curiosidade por notícias ruins.
Os elos que encadeiam esses fatores são: o ambientalismo manipula o medo irracional do ser humano com vistas à obtenção de mais e mais poder e o papel da mídia é atuar como seu porta-voz.



A manipulação se dá pelo Princípio da Precaução, cujo significado é a proibição ou restrição de tecnologias ou comportamentos suspeitos de propiciar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, mesmo que a probabilidade e a magnitude de tais danos não tenham sido demonstradas cientificamente. A participação dos governos neste processo é fundamental.



Os adeptos do Princípio da Precaução não levam em consideração se a restrição a uma nova tecnologia irá diminuir riscos no geral ou se esta atitude vai aprisionar a sociedade em um mundo que poderia ser mais seguro pela adoção desta tecnologia. Na sua visão, o menor indício de um potencial dano é o suficiente para rotular a tecnologia como perigosa e não confiável e para excluir qualquer possibilidade de se efetuar uma análise de custos e de benefícios. Eles projetam a imagem de que o Princípio da Precaução é a busca racional pela segurança de todos e que traz consigo “um pouco” de vaticínio precavido.



A discussão é antiga e os defensores deste princípio foram contra, por exemplo, o DDT, um inseticida químico, hoje banido nos países. Ele foi introduzido comercialmente, em substituição aos inseticidas à base de arsênico e, apesar de oferecer riscos a pássaros e a alguns peixes, ele nunca ofereceu riscos à saúde humana. O DDT é ainda utilizado, no controle da malária, em 28 países no mundo inteiro e ele literalmente salva dezenas de milhares de vidas anualmente.



O mesmo não se pode dizer dos inseticidas à base de arseniato de cobre que precedeu o DDT ou dos inseticidas à base de piretrina e piretróides sintéticos. Julgando pelos padrões dos ambientalistas, ambos são perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente, mas, estranhamente, eles uniram seus esforços no banimento global do DDT com o discurso que havia a alternativa dos piretróides. A razão: eles são “naturais”, pois o cobre vem da terra e a piretrina e os piretróides vêem das flores.



Seria hora de perguntar: O Princípio da Precaução tem como objetivo melhorar a vida do consumidor e de cuidar da proteção ambiental? Ou ele tem como objetivo opor-se à tecnologia e preservar um estilo de vida baseado em algum ideal de comunhão com a natureza?



Fontes: Conko, Gregory - The Precautionary Principle: Protectionism and Environmental Extremism by Other Means– www.cei.org/gencon/027,03079.cfm
June 20, 2002



Lomborg, Bjorn em artigo para o jornal The Guardian – O Estado de São Paulo – 19.08.2001


segunda-feira

Enéas e a mídia

Sandro Guidalli, editor do OFFMIDIA - Quando as urnas revelaram a espetacular votação obtida por Enéas Carneiro, do obscuro PRONA, uma onda de horror e indignação varreu as redações de jornais e revistas do país. Quando se soube, um pouco mais tarde, que os seus 1,6 milhão de eleitores também acabaram por remeter a Brasília outros cinco candidatos do partido, de votação inexpressiva mas beneficiados pela proporcionalidade da lei, outra onda, ainda mais forte, desta vez uniu sociólogos e cientistas políticos aos jornalistas, estes já sob estado de fúria diante do fenômeno Enéas.



A primeira coisa que a própria mídia fez quando este personagem surgiu no meio político nacional foi carimbá-lo com os piores rótulos, aqueles apenas reservados aos não filiados no imenso clube da esquerda. Enéas virou representante da extrema-direita e seus eleitores foram identificados como votantes debochados e não como eleitores que sinceramente queriam ver o médico no poder. O Brasil, enfim, não poderia levar a sério um voto em Enéas embora fosse natural que pessoas votassem em candidatos do PCO, do PSTU e do PCdoB. É que o horror dos jornalistas sempre esteve relacionado à extrema-direita e não com representantes da extrema-esquerda. E por razões já fartamente conhecidas.



Acontece que, assim como o PCO, o PSTU, o PcdoB e boa parte do próprio PT, os representantes do PRONA também preconizam um estado forte. Porém, nunca li o programa do partido mas não há nas declarações do Dr. Enéas nada de similar a uma revolução marxista que instaurasse um regime comunista ou fascista no país. Enquanto os partidos de esquerda sonham com a revolução marxista e defendem a democracia apenas para poder usá-la para alcançar seus fins pacificamente, o PRONA não revela querer nada disso.



Seu perfil fascistóide é uma ameaça equivalente a um Rui Pimenta ou um José Maria. A diferença está em que sabemos muito bem onde a esquerda quer chegar. Podemos dizer o mesmo de Enéas? Seria bom que a imprensa investigasse isso ao invés de apenas repetir os velhos chavões contra o barbudo esquisitão. Seria medo de não encontrar nada de desabonador contra ele?


Sinais da Venezuela

O final do ano promete ser quente na Venezuela. Depois da megapasseata da semana passada que reuniu aproximadamnete dois milhões de opositores, o governo revolcionário marxista de Hugo Chávez prepara-se para enfrentar uma greve geral que deverá paralisar o país. Enquanto isso, recreduscem as pressões da polícia política do presidente e em breve deveremos ver os principais meios de comunicação da capital sob censura, como já ameaça Chávez hoje nos jornais. Recomendo, por estes dias tensos, a leitura de http://notalatina.blogspot.com, uma excelente fonte independente de informações sobre o país vizinho. Mesmo porque a imprensa brasileira continua a tratar o assunto com distância e negligência costumeiras.